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BC analisa desconto dado à Petrobras
da Sucursal de Brasília
O Banco Central vai analisar os
contratos de antecipação de
ICMS firmados entre a Petrobras
e Pernambuco, Paraná e Mato
Grosso do Sul para saber se essas
operações aumentaram o endividamento desses Estados.
Elas foram feitas no ano passado e renderam R$ 260 milhões,
conforme publicou ontem o jornal "O Estado de São Paulo".
A antecipação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) devido pela Petrobras viabilizou o pagamento
do 13º salário dos servidores.
O BC analisará apenas os contratos com a Petrobras, mas a Folha apurou que Paraná e Pernambuco fizeram operações semelhantes com outras empresas.
O vice-governador de Pernambuco, José Mendonça Filho, informou que a Souza Cruz e duas empresas telefônicas que operam no
Estado também anteciparam o
ICMS devido mediante desconto
concedido pelo governo.
O diretor-geral da Secretaria da
Fazenda do Paraná, Walter de
Souza, disse que a Copel e a Telepar fizeram operações idênticas.
A Folha procurou as autoridades do governo de Mato Grosso
do Sul, mas ninguém quis comentar a operação. Os governos do
Paraná e de Pernambuco disseram que a antecipação do ICMS
não elevou as dívidas dos Estados.
"É uma operação corriqueira na
administração pública. Como ela
não aumentou nosso endividamento, não foi preciso submetê-la
ao Senado e ao Banco Central",
disse Mendonça Filho.
"O endividamento não aumentou porque não foi um empréstimo. O recolhimento antecipado
de tributos é previsto pelo Código
Tributário Nacional e foi negociado com os contribuintes", afirmou Souza.
Mendonça Filho não soube informar o valor do desconto. Souza, do Paraná, disse que o desconto foi dois pontos percentuais acima da taxa média que remunera
os empréstimos entre bancos.
A Petrobras divulgou nota afirmando, como o governo do Paraná, que a operação é prevista pelo
Código Tributário Nacional e que
não existe dispositivo contrário à
antecipação do pagamento.
Segundo a nota, as operações
representaram uma "oportunidade de negócio" para a Petrobras.
A estatal informou ainda que irá
prestar "todos os esclarecimentos
necessários" ao Banco Central.
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