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Procedimento
de jornalista é
questionado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procedimento profissional
do jornalista Luiz Cláudio Cunha, da revista "IstoÉ", que
quebrou o compromisso do
"off" assumido com o senador
Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), foi objeto de questionamento por parte do Conselho de Ética. "Off the record" é um termo em inglês usado
para designar informação de
fonte que se mantém anônima.
O senador João Alberto (PMDB-MA) perguntou se Cunha achava que quebrar uma
informação dada reservadamente por uma fonte é forma
de "um bom jornalista proceder". Lembrou que o repórter
relatou que ACM o considerou
uma pessoa de "confiança".
Para se justificar, o jornalista
disse que abrir o "off" foi uma
decisão tomada pela direção da
revista, após a PF ter informado sobre um inquérito que investigava um "megagrampo" realizado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia.
"A partir da evolução dos fatos, comprovava-se que aquilo
[o relatório que ACM deu a Cunha] era a consumação de um
crime com cobertura estatal. O
senador deixou de ser fonte,
que deve ser preservada, para
se transformar em alvo de investigação", afirmou Cunha.
O jornalista disse que, a partir
daí, decidiu gravar uma conversa com o senador como precaução, para confirmar ter recebido dele o relatório dos
grampos. A fita só seria usada
no futuro, caso ACM negasse
ter dado as informações.
Segundo Cunha, o mecanismo do "off" surgiu "na época
do arbítrio" para que os jornalistas conseguissem informação. "É uma distorção que o arbítrio criou e alguns jornalistas
preservam e há um exagero."
Aloizio Mercadante (PT-SP)
afirmou que esse episódio
trouxe à tona uma questão polêmica, que deverá ser discutida pelo jornalismo.
(RU)
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