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BAHIAGATE
Jornalista mentiu e me grampeou, afirma ACM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) divulgou nota
afirmando que o jornalista Luiz
Cláudio Cunha "não falou a verdade" em seu depoimento no
Conselho de Ética. Disse que os
diálogos reproduzidos por Cunha
foram "fruto de sua imaginação"
e o acusou de "falta de responsabilidade profissional".
ACM acompanhou a reunião
do conselho pela televisão, de seu
gabinete. Seu advogado, José Gerardo Grossi, assistiu a toda a reunião no plenário do conselho.
Segundo Grossi, o depoimento
de Cunha "teve um conteúdo
subjetivo muito grande", porque,
na visão do advogado, o jornalista
emitiu opiniões e juízo de valor.
"Os depoimentos têm de se limitar aos fatos. Houve momentos
em que ele tentou transmitir a
convicção dele [do envolvimento
de ACM nos grampos". Por mais
político que seja o julgamento do
conselho, tem um fator jurídico.
Essa prova é contaminada", disse.
Em seu depoimento, Cunha disse que sua conversa com ACM
-na qual o senador teria confessado ser o mandante do grampo
do deputado Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA)- teve uma testemunha: Fernando César Mesquita, ex-assessor de ACM.
Mesquita também assistiu a todo o depoimento no plenário do
conselho. Ao final, confirmou ter
presenciado a conversa entre
ACM e Cunha, mas negou ter ouvido do senador a confissão.
"Não ouvi isso do senador. E, ao
contrário do que o Luiz Cláudio
disse, não fui eu que falei para ele
passar lá [no gabinete]. Ele que
pediu insistentemente para falar
com o senador. Ele mentiu quando disse que me ligou, quando
quis falar com o senador por telefone. Ele ligou direto [quando
gravou"", disse Mesquita.
O depoimento do ex-assessor
de ACM não foi pedido pelo conselho. O líder do governo, Aloizio
Mercadante (PT-SP), argumentou contra, dizendo que Mesquita
não poderia ser forçado a depor
porque tem um "dever de lealdade" com o senador.
Leia a seguir a íntegra da nota
divulgada por ACM:
"Ficou patente que o senhor Luiz
Cláudio Cunha não falou a verdade
quando disse que eu grampeei o deputado Geddel Vieira Lima e tenho mais
de 200 horas de gravações. Demonstrou no seu depoimento que a sua memória é fraca, porque não se lembrava
de episódios do dia de hoje no depoimento. Como então pode -vejam só a
contradição- depois de seis dias apresentar uma conversa com diálogos que
jamais existiram e foram fruto de sua
imaginação e falta de responsabilidade
profissional? Até agora, embora se saiba de grampeamentos na Bahia, o único grampo verdadeiramente conhecido é o do senhor Luiz Cláudio Cunha.
O jornalista, da mesma maneira,
confessou que tirou cópia não autorizada de documento que recebi, como
dezenas de outras pessoas, narrando
fatos ligados à política baiana e nacional. Espero, no meu depoimento, restabelecer a verdade, não só em relação a
esses episódios como também aos demais fatos até aqui apresentados."
(RAQUEL ULHÔA)
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