São Paulo, domingo, 04 de junho de 2000


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Sindicalista demitiu rival


DA REPORTAGEM LOCAL

A corrida para prefeito de São Bernardo será uma disputa entre ex-patrão e ex-empregado. Ironicamente, o patrão da história é Vicentinho, que construiu sua carreira lutando justamente contra eles, os patrões.
Vicentinho e seu adversário, Maurício Soares (PPS), iniciaram suas trajetórias no poderoso Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
O primeiro a chegar foi Maurício, contratado, nos anos 60, para o departamento jurídico.
Ao longo de 25 anos ele esteve ao lado dos metalúrgicos -inclusive na virada das décadas de 70 e 80, quando um novo presidente da entidade, Luiz Inácio Lula da Silva, surgiu no cenário nacional liderando gigantescas greves.
Vicentinho chegou nos anos 80 e logo ganhou posição de destaque. No final da década, alcançou a presidência do sindicato.
Na mesma época, Maurício, com apoio de Lula -de quem até hoje se diz amigo-, era eleito prefeito de São Bernardo pelo PT.
As disputas entre ambos começam justamente aí. Maurício teve um mandato marcado por desentendimentos com o partido e com seu vice, Djalma Bom -amigo e mentor de Vicentinho.
Ao término do mandato, Maurício, que havia se licenciado do sindicato, quis reassumir seu antigo posto. Foi quando Vicentinho, ainda presidente, o demitiu, provocando sua saída do PT.
O atual prefeito não disfarça a mágoa pessoal do antigo patrão, que só cresceu ao longo dos últimos anos. "Fiquei magoado, sim, e não esqueço. Foi uma demissão política, uma falta de respeito pela minha história no sindicato."
Vicentinho também não esconde que, mais que política, a rivalidade é pessoal. "Maurício sempre foi preguiçoso. Mandei ele embora porque o sindicato precisava se renovar." (FZ)

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