DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de a Câmara aprovar o valor do salário mínimo de R$ 260, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, afirmou que não há motivos para comemoração.
"Não vejo por que devemos comemorar", disse ao ser questionado por jornalistas se celebrava a vitória.
O PSDB e PFL tentaram aprovar uma proposta que elevaria o mínimo para R$ 275, mas perderam por 266 votos contra, 167 a favor e seis abstenções.
O clima ontem no Palácio do Planalto foi de alívio. Assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que a vitória, antes da votação, estava sendo tratada como questão de "sobrevivência política", já que o governo vinha de uma derrota no Senado -a derrubada da MP que fechava as casas de bingo. Por outro lado, a celebração foi moderada já que a cúpula do governo não ficou satisfeita com o aumento real do mínimo de 1,2% (sem contar a inflação).
Nos bastidores, Dirceu é um crítico da política econômica do governo. O PT, tradicionalmente, sempre defendeu um aumento maior para o mínimo.
Ainda sobre o valor do salário mínimo, Dirceu afirmou que a votação foi "importante" e que agora é hora de trabalhar para que a MP seja aprovada no Senado.
Dirceu falou sobre o mínimo no lançamento da Semana Nacional do Meio Ambiente, de 31 de maio a 9 de junho. O ministro voltou a afirmar que o governo cumprirá todos os compromissos que assumiu. "Não basta competência técnica e administrativa. Não basta maioria política, embora isso tudo seja muito importante. É preciso força espiritual." (GABRIELA ATHIAS)

Texto Anterior: Retórica e ação: Lula recorre a gerentes para empurrar governo
Próximo Texto: Eleições 2004: Corte menor de vereadores avança no Senado
Índice