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MST não crê no
desarmamento
de fazendeiros
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
Um dos líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) no Pontal do Paranapanema, Valmir Sebastião, 30,
disse ontem não acreditar que o
Estado desarme as milícias mantidas por fazendeiros na região.
"O governo sempre persegue os
sem-terra", declarou. "Até agora
estão prendendo só sem-terra.
Quero ver se há coragem para
prender esses jagunços contratados por fazendeiros", disse.
Anteontem, o secretário de Justiça do Estado, Alexandre de Moraes, pediu ao Ministério Público
que investigue a incitação à violência no Pontal por sem-terra e
ruralistas. Em resposta, o procurador-geral da Justiça de São Paulo, Luiz Antônio Guimarães Marrey, disse que fará a investigação.
Sebastião afirmou que os sem-terra não estão armados. "O secretário tem de entender o lado
do trabalhador, pois não queremos guerra e, sim, terra".
A formação de milícias, segundo Sebastião, vem sendo denunciada "há muito tempo pelo movimento, e nada foi feito para coibir a iniciativa". Segundo ele, em
setembro de 2002, em Sandovalina (SP), sem-terra que invadiram
a Fazenda Santa Fé foram recebidos à bala. "Segundo a própria
polícia, foram mais de 200 tiros, e
ninguém foi preso por isso."
Anteontem, Marrey disse que
será investigado o fechamento, na
terça-feira, da Prefeitura de Sandovalina pelo prefeito Divaldo Pereira de Oliveira (PMDB). Oliveira criticou o anúncio: "Quem deveria sofrer a intervenção é o Estado, por atrasar o repasse de verbas". O prefeito diz não ter condições de atender às cerca de 450 famílias (1.500 pessoas) de sem-terra acampadas desde o último dia
9 na cidade.
(CRISTIANO MACHADO)
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