RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local

Nenhuma empresa de telefonia fixa do Brasil cumpriu todas as metas (19) estabelecidas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para o mês de maio.
As três grandes holdings (grupos empresariais) que controlam a maior parte da telefonia fixa no país (Telefônica, Telemar e Tele Centro Sul) deixaram de cumprir as metas em indicadores considerados fundamentais para avaliação da qualidade do serviço, como número de solicitações de reparos (que indica a quantidade de defeitos na rede) e reclamações de erros em contas.
Embora seja a holding que descumpriu o menor número de metas (cinco), a Telefônica apresenta as maiores disparidades nesses indicadores. A Telefônica deveria registrar 2,71 solicitações de reparo em cada 100 telefones, mas chegou a 7,24. No quesito reclamações de erros em contas, a Telefônica deveria atingir 6,8 queixas em cada 1.000 telefones, mas teve 15,5.
A Telemar, holding que descumpriu o maior número de metas (12), tinha como meta 4,76% de solicitações de reparos, mas atingiu 5,38%. Quanto às reclamações de erros em contas, a meta da Telemar era 8,16 em cada 1.000, mas registrou 12,71.
A Tele Centro Sul, que descumpriu oito metas, ficou muito próxima do objetivo no indicador solicitação de reparos. A meta era de 3,20%, e a Tele Centro Sul atingiu 3,21%. Já no indicador reclamação de erros em contas, a meta era 5,02 por 1.000 contas, mas a empresa registrou 6,27 reclamações.
As três holdings tiveram bom desempenho nos indicadores que medem a rapidez dos telefones em funcionamento.
A Tele Centro Sul deveria ter 98,25% de ligações com obtenção de sinal de discar em até três segundos e atingiu 99,75%. No mesmo indicador, a meta da Telemar era de 97,78% e a empresa chegou a 99,77%. A Telefônica precisava atingir 98% e registrou 99,7%.
As holdings também cumpriram suas metas no indicador "chamadas locais completadas".
Essas informações estão no acompanhamento mensal dos protocolos de compromisso firmados entre a Anatel e as empresas de telefonia. Os números são fornecidos pelas empresas.
Os protocolos não têm valor legal, já que, segundo os contratos de concessão que regem a prestação do serviço, as metas são anuais. Mas os números mensais servem de parâmetro para a Anatel avaliar a qualidade dos serviços prestados. Com base nesses protocolos, a Anatel multou a Telefônica em R$ 5 milhões, por exemplo.
"Para nós, essas não são metas da Anatel, são metas da Telemar. Temos que atingir esses números se quisermos ser uma empresa de primeira linha", disse o vice-presidente de Operações da Telemar, José Fernandes Pauletti.
O acompanhamento é feito basicamente de duas maneiras. Na primeira, junto às três grandes holdings. Na segunda, junto às 34 empresas regionais, a maioria delas controlada pelas holdings (veja quadro). Nas dois modos, as metas não foram cumpridas por nenhuma empresa.
Entre as 34 empresas regionais, a que descumpre o maior número de metas (15) é a Telpa (PB), pertencente à Telemar. O melhor desempenho foi o da CRT (RS), controlada pela Telefônica, que deixou de cumprir duas metas.
Para o diretor de Tecnologia da Telemar no Nordeste, Bernardino Bandeira Filho, responsável pela Telpa, a empresa descumpriu muitas metas, mas não apresenta grandes disparidades.


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