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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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Rede de coletivos tem semelhanças com linha de metrô

DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto Transmilênio, adotado na Colômbia, tornou-se uma das principais referências de transporte de média capacidade na América Latina. Ele substituiu um sistema considerado "caótico" em Bogotá, baseado em veículos pequenos (que, em São Paulo, são controlados por perueiros).
A proposta foi conduzida por brasileiros e se baseia nos corredores existentes em Curitiba, mas com mudanças que tornam a operação semelhante à dos sistemas metroviários. A principal característica física do Transmilênio é a existência de duas faixas de rolamento por sentido, exclusivas para a passagem de ônibus.
Uma das diferenças em relação aos corredores é que a idéia do Transmilênio não foi adotada como um simples aproveitamento viário, mas de acordo com as necessidades de transporte -ele não fez somente uma segregação de faixas.
"Aqui, para construir um corredor, a gente pega a avenida e adapta. O Transmilênio é uma mudança de atitude. É um projeto de transporte que inclui um veículo tipo ônibus, mas é projetado da mesma forma que o metrô", diz Cláudio de Senna Frederico.
O engenheiro diz que os usuários se tornam passageiros mesmo se não estiverem ainda dentro do ônibus. "O passageiro não é visto com um pedestre na calçada. Se ele está na estação, ele já está sob cuidado da empresa", afirma.
Outra diferença em relação aos corredores também é a forma de operação. Os veículos são controlados via satélite e têm bilhetagem eletrônica. Se algum deles quebra ou vai atrasar, os passageiros são informados nas estações.
Bogotá decidiu adotar esse projeto em substituição a uma linha de metrô, cujo custo estimado era de US$ 2 bilhões. O Transmilênio saiu por aproximadamente US$ 300 milhões.
O projeto também conquistou a simpatia de especialistas por ter um financiamento permanente, baseado em uma taxa de 20% cobrada no consumo da gasolina. Ou seja, acaba sendo bancado pelos usuários do transporte individual. (AI)


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