São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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Petistas criticam TSE por ter cassado dois congressistas do PSB

Líder do governo e líder do PT no Senado pedem que STF anule a cassação do senador João Capiberibe e de sua mulher, Janete

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes do governo e do PT no Senado divulgaram ontem notas atacando a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de confirmar, por unanimidade, a cassação do senador João Capiberibe e de sua mulher, a deputada Janete Capiberibe, ambos do PSB-AP. As notas chamaram a decisão de "grande injustiça" e "inconcebível", respectivamente.
Tanto o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), quanto a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), pressionam o STF (Supremo Tribunal Federal) a reverter a decisão. O TSE julgou anteontem recursos do senador e da deputada à condenação por compra de voto. O advogado dos dois afirmou que pedirá no STF nova liminar para que eles continuem exercendo o mandato até o julgamento definitivo. Adversário de Capiberibe, o autor do processo é Gilvam Borges (PMDB), derrotado na disputa ao Senado.
"A cassação do senador e da deputada Capiberibe é uma grande injustiça. Espero que, no recurso ao Supremo Tribunal Federal, a decisão seja revertida", diz Mercadante. Ideli disse "ter confiança" de que o STF "irá corrigir esse erro ao acatar o recurso que será apresentado pela defesa do casal".
O líder do governo disse que Capiberibe "tem grandes serviços prestados ao país, como quando esteve à frente da luta pela democracia e foi perseguido pelo regime militar". Mercadante disse ainda que os dois tiveram "uma atuação marcante" no Congresso.
O presidente do PT, José Genoino, disse que o partido respalda a nota divulgada pelo líder do governo. Ao ser questionado se estava afirmando que o TSE errou, ele respondeu: "Não conheço o processo, conheço o Capiberibe".
Em abril, o TSE determinou a cassação do mandato dos Capiberibe por 4 votos a 2, por compra de votos. As principais são os depoimentos de duas mulheres que disseram ter recebido R$ 26 para votar no casal. O senador e a deputada contestaram a veracidade dos depoimentos. Procurado ontem, o TSE não quis comentar as notas de Mercadante e Ideli.


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