PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ministro do Esporte e Turismo, Carlos Melles (PFL-MG), e a direção municipal do PFL, acompanhados de várias lideranças estaduais, selaram ontem o apoio ao candidato do PSDB à Prefeitura de Belo Horizonte, João Leite, que enfrenta no segundo turno o prefeito Célio de Castro (PSB), candidato à reeleição.
Melles fez questão de lembrar que não estava ali na condição de ministro do governo FHC, mas como "representante da executiva nacional do PFL".
Na campanha eleitoral em São Sebastião do Paraíso, no sudoeste de Minas, sua cidade natal, o ministro prometeu facilitar a liberação de recursos federais para obras no município caso sua mulher, Marilda Melles, fosse eleita prefeita. Ela venceu a eleição no último domingo, obtendo 53,23% dos votos válidos.
Foi a primeira vez que Melles falou sobre o assunto após a Folha divulgar o pronunciamento do ministro no programa eleitoral de TV de Marilda no qual fazia as promessas. Até então, a assessoria do ministério havia dito que Melles se limitou a usar "seu nome e seu prestígio" na campanha.
"Eu nunca colocaria o governo federal na campanha", declarou.
Melles disse que as suas colocações na campanha tiveram "uso deturpado". "A Marilda só foi candidata porque outras pessoas desistiram. Ela foi escolhida na última hora", afirmou Melles, que pediu licença do ministério só após a divulgação do seu pronunciamento na imprensa.
Sentado ao lado de Melles em uma sala da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o tucano João Leite enalteceu o PFL e disse que há um projeto do ministro para Belo Horizonte que encaixa com sua proposta na área esportiva para a cidade, a construção de um "complexo esportivo olímpico".
O presidente regional do PFL, Clésio Andrade, não apareceu na formalização do apoio. Andrade sempre foi contra o apoio a Leite. Ele divulgou uma carta aos pefelistas alegando que o candidato sempre "constrangeu" o PFL. Mas a executiva nacional do partido defendia o apoio, conforme disse Melles.
Leite sempre foi um crítico da aliança FHC-PFL. Ele, no entanto, disse que a aliança com o PFL neste momento tem o propósito de "unir as forças de oposição à administração" Célio de Castro.


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