São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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SÃO PAULO

Presidente disse que o partido vai adotar posição de neutralidade, sem declarar apoio ao PT ou ao PPB; direção se reúne amanhã para discutir as alianças
PFL não deve apoiar Marta nem Maluf

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse ontem que o partido não vai apoiar a petista Marta Suplicy, candidata à Prefeitura de São Paulo. A tendência é que o PFL adote uma posição de neutralidade, sem declarar apoio também ao pepebista Paulo Maluf.
Segundo Bornhausen, a direção do PFL vai se reunir amanhã para discutir as alianças no segundo turno. Ele adiantou que será vetado o apoio aos partidos que proibiram coligação com o PFL no primeiro turno -o PT e o PPS.
"Seria incoerência de nossa parte (apoiar Marta Suplicy). O PT é nosso adversário em Curitiba e Recife. Por que apoiaríamos o PT em São Paulo? Não faz sentido", afirmou Bornhausen. Para ele, no primeiro turno, o PT adotou uma posição "radical e sectária" ao vetar alianças com o PFL.
O marido da candidata, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), e o líder do partido na Câmara, Aloizio Mercadante (SP), se reuniram ontem com o senador Romeu Tuma (PFL-SP), quarto colocado na eleição, na tentativa de conquistar o seu apoio à Marta.
Tuma disse que o PFL não deverá apoiar nenhum dos dois candidatos em São Paulo, posição defendida também pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (BA).
"Não veto apoio a ninguém, porque me dou bem com a Marta e com o Maluf. Não tenho por que tomar decisão precipitada num Estado que não é o meu", afirmou ACM.
Bornhausen, que conversou por telefone com Maluf ontem pela manhã, disse que caberá ao PFL de São Paulo decidir se apóia ou não o candidato pepebista. "Depende de São Paulo, não de mim. São Paulo vai escolher o seu caminho", afirmou Bornhausen.
Segundo Tuma, ao lançar candidatos a prefeito nas principais capitais, o PFL buscou independência para se consolidar no país e construir uma candidatura própria em 2002 na sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"O PT tem uma visão em 2002, e o PFL não pode se atrelar aquilo que poderá prejudicá-lo em 2002. Quanto mais independência, melhor para o partido", disse Tuma.
Tanto Suplicy como Mercadante afirmaram que o objetivo do partido não é ter o apoio declarado do PFL e de Tuma. Segundo eles, o importante é o PFL não se aliar a Maluf, como já ocorreu em eleições passadas.
"Não estou esperando do PFL senão o reconhecimento da seriedade com que o PT governa versus a posição -que seria grave para o PFL- de apoiar Paulo Maluf", afirmou Suplicy, depois do encontro no gabinete de Tuma.
Na reunião, que foi aberta à imprensa, os petistas fizeram questão de ressaltar a posição de Tuma na CPI dos Precatórios (que apontou irregularidades na administração Maluf na Prefeitura de São Paulo) e no processo de cassação do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Nos dois episódios, Tuma ficou com a oposição.
O PT ainda buscaria o apoio do PSB, do PPS e do PDT numa reunião marcada para a noite de ontem. O partido também deverá conversar com líderes peemedebistas.
"Se eu fosse de São Paulo, votaria na Marta", disse o presidente nacional do PMDB, senador Jader Barbalho (PA). Ele afirmou, no entanto, que a decisão será tomada pela direção regional do PMDB.


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