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SÃO PAULO
Presidente disse que o partido vai adotar posição de neutralidade, sem declarar
apoio ao PT ou ao PPB; direção se reúne amanhã para discutir as alianças
PFL não deve apoiar Marta nem Maluf
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PFL,
senador Jorge Bornhausen (SC),
disse ontem que o partido não vai
apoiar a petista Marta Suplicy,
candidata à Prefeitura de São Paulo. A tendência é que o PFL adote
uma posição de neutralidade, sem
declarar apoio também ao pepebista Paulo Maluf.
Segundo Bornhausen, a direção
do PFL vai se reunir amanhã para
discutir as alianças no segundo
turno. Ele adiantou que será vetado o apoio aos partidos que proibiram coligação com o PFL no
primeiro turno -o PT e o PPS.
"Seria incoerência de nossa parte (apoiar Marta Suplicy). O PT é
nosso adversário em Curitiba e
Recife. Por que apoiaríamos o PT
em São Paulo? Não faz sentido",
afirmou Bornhausen. Para ele, no
primeiro turno, o PT adotou uma
posição "radical e sectária" ao vetar alianças com o PFL.
O marido da candidata, senador
Eduardo Suplicy (PT-SP), e o líder do partido na Câmara, Aloizio
Mercadante (SP), se reuniram ontem com o senador Romeu Tuma
(PFL-SP), quarto colocado na
eleição, na tentativa de conquistar
o seu apoio à Marta.
Tuma disse que o PFL não deverá apoiar nenhum dos dois candidatos em São Paulo, posição defendida também pelo presidente
do Senado, Antonio Carlos Magalhães (BA).
"Não veto apoio a ninguém,
porque me dou bem com a Marta
e com o Maluf. Não tenho por que
tomar decisão precipitada num
Estado que não é o meu", afirmou
ACM.
Bornhausen, que conversou por
telefone com Maluf ontem pela
manhã, disse que caberá ao PFL
de São Paulo decidir se apóia ou
não o candidato pepebista. "Depende de São Paulo, não de mim.
São Paulo vai escolher o seu caminho", afirmou Bornhausen.
Segundo Tuma, ao lançar candidatos a prefeito nas principais
capitais, o PFL buscou independência para se consolidar no país
e construir uma candidatura própria em 2002 na sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"O PT tem uma visão em 2002, e
o PFL não pode se atrelar aquilo
que poderá prejudicá-lo em 2002.
Quanto mais independência, melhor para o partido", disse Tuma.
Tanto Suplicy como Mercadante afirmaram que o objetivo do
partido não é ter o apoio declarado do PFL e de Tuma. Segundo
eles, o importante é o PFL não se
aliar a Maluf, como já ocorreu em
eleições passadas.
"Não estou esperando do PFL
senão o reconhecimento da seriedade com que o PT governa versus a posição -que seria grave
para o PFL- de apoiar Paulo Maluf", afirmou Suplicy, depois do
encontro no gabinete de Tuma.
Na reunião, que foi aberta à imprensa, os petistas fizeram questão de ressaltar a posição de Tuma
na CPI dos Precatórios (que
apontou irregularidades na administração Maluf na Prefeitura de
São Paulo) e no processo de cassação do ex-senador Luiz Estevão
(PMDB-DF). Nos dois episódios,
Tuma ficou com a oposição.
O PT ainda buscaria o apoio do
PSB, do PPS e do PDT numa reunião marcada para a noite de ontem. O partido também deverá
conversar com líderes peemedebistas.
"Se eu fosse de São Paulo, votaria na Marta", disse o presidente
nacional do PMDB, senador Jader
Barbalho (PA). Ele afirmou, no
entanto, que a decisão será tomada pela direção regional do
PMDB.
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