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PT SOB SUSPEITA
Comissão de Santo André também solicitou à Justiça dados de outros cinco suspeitos de esquema de propina
CPI pede acesso a sigilo fiscal de vereador
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
A CPI que apura a existência de
uma suposta máfia da propina em
Santo André solicitou ontem à
Justiça cópias da quebra do sigilo
fiscal do secretário afastado de
Serviços Municipais, o vereador
petista Klinger Luiz de Oliveira
Souza, e de outras cinco pessoas.
Os vereadores se comprometeram ainda a repassar à Justiça e ao
Ministério Público Estadual os 21
depoimentos colhidos durante os
trabalhos da comissão -que deverá atuar até o dia 18 de outubro.
Os documentos sigilosos foram
requisitados pelo juiz da 1ª Vara
Criminal de Santo André, Iasin Issa Ahmed, no final de julho, logo
após aceitar a denúncia (acusação
formal) contra Klinger e outras
cinco pessoas, acusadas de formação de quadrilha e de extorsão.
Segundo a Promotoria, eles seriam os responsáveis por um suposto esquema de arrecadação de
propina de empresários do setor
de transporte público da cidade.
Além de Klinger, a determinação judicial da quebra de sigilo estendeu-se ainda a: Sérgio Gomes
da Silva, Ronan Maria Pinto, Irineu Nicolino Martin Bianco,
Humberto Tarcisio de Castro e
Luiz Marcondes de Freitas.
Como o juiz decretou sigilo no
processo, por envolver informações confidenciais dos acusados,
os parlamentares que tiverem
acesso aos documentos também
estarão subordinados ao segredo
judicial.
Os 21 depoimentos que serão
repassados à Justiça poderão
complementar a denúncia apresentada pelo Ministério Público.
Principalmente porque os acusados, que prestaram depoimento à
CPI, não foram ouvidos durante o
procedimento investigatório dos
promotores.
A atitude da Câmara Municipal
de Santo André é uma possível
reação às críticas que o grupo recebeu dos promotores criminais
que atuam na investigação.
Há menos de duas semanas, os
promotores afirmaram que a CPI
teria perdido o rumo -a crítica
foi uma resposta ao que a Promotoria chamou de tentativa de desclassificação, por parte dos vereadores, de uma das principais testemunhas do caso.
O centro da polêmica é o empresário Luiz Alberto Gabrilli Filho, proprietário de uma empresa
de ônibus, que denunciou ter sido
extorquido pelos acusados.
O presidente da CPI, o vereador
Antônio Leite (PT), chegou a afirmar que não tinha certeza da validade do depoimento de Gabrilli
Filho, já que este prestou depoimento à Promotoria, ainda no
hospital, depois de passar por
uma cirurgia.
A Câmara Municipal informou
ainda não haver um consenso entre os integrantes da comissão sobre a possibilidade de ouvir o empresário. Um documento médico
atesta, segundo o vereador, que o
empresários teria problema mental.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI, LIEGE ALBUQUERQUE E EDUARDO SCOLESE)
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