São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

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PT SOB SUSPEITA

Comissão de Santo André também solicitou à Justiça dados de outros cinco suspeitos de esquema de propina

CPI pede acesso a sigilo fiscal de vereador

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

A CPI que apura a existência de uma suposta máfia da propina em Santo André solicitou ontem à Justiça cópias da quebra do sigilo fiscal do secretário afastado de Serviços Municipais, o vereador petista Klinger Luiz de Oliveira Souza, e de outras cinco pessoas.
Os vereadores se comprometeram ainda a repassar à Justiça e ao Ministério Público Estadual os 21 depoimentos colhidos durante os trabalhos da comissão -que deverá atuar até o dia 18 de outubro.
Os documentos sigilosos foram requisitados pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Santo André, Iasin Issa Ahmed, no final de julho, logo após aceitar a denúncia (acusação formal) contra Klinger e outras cinco pessoas, acusadas de formação de quadrilha e de extorsão.
Segundo a Promotoria, eles seriam os responsáveis por um suposto esquema de arrecadação de propina de empresários do setor de transporte público da cidade.
Além de Klinger, a determinação judicial da quebra de sigilo estendeu-se ainda a: Sérgio Gomes da Silva, Ronan Maria Pinto, Irineu Nicolino Martin Bianco, Humberto Tarcisio de Castro e Luiz Marcondes de Freitas.
Como o juiz decretou sigilo no processo, por envolver informações confidenciais dos acusados, os parlamentares que tiverem acesso aos documentos também estarão subordinados ao segredo judicial.
Os 21 depoimentos que serão repassados à Justiça poderão complementar a denúncia apresentada pelo Ministério Público. Principalmente porque os acusados, que prestaram depoimento à CPI, não foram ouvidos durante o procedimento investigatório dos promotores.
A atitude da Câmara Municipal de Santo André é uma possível reação às críticas que o grupo recebeu dos promotores criminais que atuam na investigação.
Há menos de duas semanas, os promotores afirmaram que a CPI teria perdido o rumo -a crítica foi uma resposta ao que a Promotoria chamou de tentativa de desclassificação, por parte dos vereadores, de uma das principais testemunhas do caso.
O centro da polêmica é o empresário Luiz Alberto Gabrilli Filho, proprietário de uma empresa de ônibus, que denunciou ter sido extorquido pelos acusados.
O presidente da CPI, o vereador Antônio Leite (PT), chegou a afirmar que não tinha certeza da validade do depoimento de Gabrilli Filho, já que este prestou depoimento à Promotoria, ainda no hospital, depois de passar por uma cirurgia.
A Câmara Municipal informou ainda não haver um consenso entre os integrantes da comissão sobre a possibilidade de ouvir o empresário. Um documento médico atesta, segundo o vereador, que o empresários teria problema mental. (LILIAN CHRISTOFOLETTI, LIEGE ALBUQUERQUE E EDUARDO SCOLESE)


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