São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

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Tucano é alvo dos candidatos de oposição e usa administração de Marta Suplicy para criticar petista

Serra sofre mais ataques que Lula no último debate na TV

Antonio Scorza/France Presse - Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Os candidatos à Presidência, Ciro Gomes, do PPS, José Serra, do PSDB, Anthony Garotinho, do PSB, e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no estúdio da TV Globo, no Rio


FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

O candidato do PSDB, José Serra, e o governo federal foram os alvos preferenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB), no debate realizado ontem à noite pela Rede Globo.
A concentração do fogo sobre Serra é explicável: é o único candidato do governo contra três de oposição e está em segundo lugar em todas as pesquisas, com chances, portanto, de ir ao segundo turno contra Lula, que, conforme as pesquisas, está próximo de vencer no primeiro turno.
A acusação mais delicada foi feita por Garotinho, ao dizer que a proposta de emenda constitucional 175, assinada por José Serra como ministro do Planejamento, prevê empréstimos compulsórios, o que "significa confisco".
Serra pediu direito de resposta, para dizer que a proposta "não tem nada a ver com confisco de nada". Lula, sempre mais sutil, na linha "Lulinha paz e amor", não deixou, no entanto, de citar, de passagem, em uma pergunta que Serra, como deputado constituinte, obtivera nota de apenas 3,5 por ter "lutado contra os trabalhadores". Serra negou de novo, alegando que a nota se devia à outras votações, não as relativas aos direitos dos trabalhadores. O tucano obteve na verdade nota 3,75.
O candidato do PSDB também buscou o ataque, obviamente contra Lula, mas, como o petista não tem experiência administrativa anterior para ser questionada, teve que recorrer a exemplos da Prefeitura de São Paulo, comandada pela petista Marta Suplicy.
Primeiro, criticou a tarifa de ônibus que seria a mais alta entre todas as capitais do país.
Depois, lamentou que o programa habitacional de Lula não esteja sendo aplicado em São Paulo.
Lula devolveu com uma ironia: "Se fosse uma disputa para prefeito, ficaria mais fácil. Se você me perguntar quanto custa em São Paulo eu não sei, porque eu moro em São Bernardo." Serra conhecia o preço da passagem: R$ 1,40.
Mas as críticas mais pesadas de todos os candidatos oposicionistas ficaram reservadas para o governo FHC. Lula disse que o legado de FHC deixou "o Brasil numa situação quase que de concordata". Ciro qualificou de "irresponsável e criminoso" o que chamou de "galope da dívida interna".
Garotinho, entre muitos outros pontos, atacou "a total omissão do governo federal" na questão da segurança pública.


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