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Para Jarbas, troca é "prostituição"
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O governador de Pernambuco,
Jarbas Vasconcelos (PMDB), classificou ontem de "prostituição" a
corrida para a troca de partidos
promovida nos últimos dias pelos
candidatos às eleições do próximo ano. O prazo para novas filiações terminou ontem.
"Eu acho que, enquanto não
houver uma reforma política, vamos continuar nessa verdadeira
prostituição de partidos políticos,
de filiação partidária e troca-troca
de partidos", declarou.
"Isso é uma coisa que desmoraliza o processo político, eleitoral e
partidário do Brasil", completou
o governador de Pernambuco.
Para o governador, a reforma
política deveria ter sido priorizada pelo governo federal "para evitar o constrangimento que o país
inteiro passou agora".
Segundo ele, "o troca-troca" de
legendas "é sempre acompanhado de insinuações muitas vezes
maléficas, maldosas, de que prevalecem favores, dinheiro e cargos para pessoas que se elegeram
ontem e, com um ano, estão mudando de partido".
Além de defender a fidelidade
partidária, Jarbas pediu o fim dos
partidos "nanicos" e "artificiais".
Enquanto isso não ocorrer, disse o governador, "vamos ficar
nesse quadro em que, para se
aprovar uma coisa na Câmara, no
Senado ou no Congresso, o presidente da República tem de parar o
país para fazer um processo de
negociação do toma-lá-dá-cá".
Sobre o quadro político no Estado depois da acomodação dos
candidatos em seus novos partidos, o governador pernambucano previu a ocorrência de conflitos na coligação por ele comandada no Estado.
"[os conflitos] São inevitáveis",
declarou. "A aliança é muito
grande, e ninguém convive ao
longo dos anos com aliança grande. Ela vai ter de ficar cada vez
mais delimitada. Um quadro artificial como esse que se encerrou
no final de semana contribui para
isso", afirmou Jarbas.
Cinco partidos
A base de apoio do governo estadual é sustentada por cinco
grandes partidos no Estado, o
PMDB, o PSDB, o PFL, o PP e o
PPS. Das pequenas legendas, o PV
é o único a possuir um integrante
no primeiro escalão.
Jarbas abriu ontem as portas do
palácio do governo para a apresentação e debate do projeto de
transposição do rio São Francisco
pelo vice-presidente da República, José Alencar.
Alencar disse que apóia o projeto, orçado em US$ 6,5 bilhões,
mas afirmou que o governo só vai
implantá-lo com o aval de todos
os Estados envolvidos.
O vice-presidente preferiu não
opinar sobre o troca-troca partidário encerrado ontem.
Disse somente que o assunto era
"questão de cada um". "Eu costumo respeitar as pessoas", afirmou
o vice-presidente.
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