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São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2003

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Para Jarbas, troca é "prostituição"

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), classificou ontem de "prostituição" a corrida para a troca de partidos promovida nos últimos dias pelos candidatos às eleições do próximo ano. O prazo para novas filiações terminou ontem.
"Eu acho que, enquanto não houver uma reforma política, vamos continuar nessa verdadeira prostituição de partidos políticos, de filiação partidária e troca-troca de partidos", declarou.
"Isso é uma coisa que desmoraliza o processo político, eleitoral e partidário do Brasil", completou o governador de Pernambuco.
Para o governador, a reforma política deveria ter sido priorizada pelo governo federal "para evitar o constrangimento que o país inteiro passou agora".
Segundo ele, "o troca-troca" de legendas "é sempre acompanhado de insinuações muitas vezes maléficas, maldosas, de que prevalecem favores, dinheiro e cargos para pessoas que se elegeram ontem e, com um ano, estão mudando de partido".
Além de defender a fidelidade partidária, Jarbas pediu o fim dos partidos "nanicos" e "artificiais".
Enquanto isso não ocorrer, disse o governador, "vamos ficar nesse quadro em que, para se aprovar uma coisa na Câmara, no Senado ou no Congresso, o presidente da República tem de parar o país para fazer um processo de negociação do toma-lá-dá-cá".
Sobre o quadro político no Estado depois da acomodação dos candidatos em seus novos partidos, o governador pernambucano previu a ocorrência de conflitos na coligação por ele comandada no Estado.
"[os conflitos] São inevitáveis", declarou. "A aliança é muito grande, e ninguém convive ao longo dos anos com aliança grande. Ela vai ter de ficar cada vez mais delimitada. Um quadro artificial como esse que se encerrou no final de semana contribui para isso", afirmou Jarbas.

Cinco partidos
A base de apoio do governo estadual é sustentada por cinco grandes partidos no Estado, o PMDB, o PSDB, o PFL, o PP e o PPS. Das pequenas legendas, o PV é o único a possuir um integrante no primeiro escalão.
Jarbas abriu ontem as portas do palácio do governo para a apresentação e debate do projeto de transposição do rio São Francisco pelo vice-presidente da República, José Alencar.
Alencar disse que apóia o projeto, orçado em US$ 6,5 bilhões, mas afirmou que o governo só vai implantá-lo com o aval de todos os Estados envolvidos.
O vice-presidente preferiu não opinar sobre o troca-troca partidário encerrado ontem.
Disse somente que o assunto era "questão de cada um". "Eu costumo respeitar as pessoas", afirmou o vice-presidente.


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