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REFORMA MINISTERIAL
Em reunião na casa de Sarney, ministros discutem com peemedebistas concessões na tributária e ministérios
Dirceu e Palocci receitam "pressão" ao PMDB
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros José Dirceu (Casa
Civil) e Antonio Palocci Filho (Fazenda) sugeriram que o PMDB
pressione o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por pastas na Esplanada dos Ministérios.
Os dois ministros se encontraram com a cúpula do PMDB anteontem à noite, na residência oficial do presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP).
Dirceu chamou Palocci na última hora. O ministro da Fazenda
já estava descansando em casa
àquela altura.
Na versão de um dos participantes da reunião, o presidente
Lula deseja que as indicações do
PMDB apareçam como demanda
do partido para facilitar a remoção de ministros. Seria uma forma mais fácil de demitir petistas e
tirar Miro Teixeira do Ministério
das Comunicações.
Por Miro ser do PDT -que na
prática está na oposição-, há
pressão da cúpula do governo sobre Lula para tirá-lo.
É justamente Lula -que gosta
de Miro por julgá-lo habilidoso
politicamente- quem tem segurado o titular das Comunicações.
Por isso, na visão de Dirceu e Palocci, é importante o PMDB pressionar pelas pastas.
Sarney e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL),
queixaram-se da demora para a
legenda receber cargos altos na
Caixa Econômica Federal e no
Banco do Brasil.
Os ministros e os peemedebistas cogitaram abertamente indicar o líder do PMDB na Câmara
dos Deputados, Eunício Oliveira,
para ministro das Comunicações.
Lula gosta de Eunício.
Mais: para a composição com o
PMDB, o Ministério dos Transportes, hoje chefiado por Anderson Adauto (PL), entrou como alternativa ao Ministério das Cidades, devido à pressão de setores
do PT para manter essa pasta com
Olívio Dutra.
A Folha apurou que Calheiros
cobrou de Palocci as indicações
para uma vice-presidência da
Caixa Econômica Federal e duas
diretorias do Banco do Brasil
(Crédito Cooperativo e Assuntos
Internacionais), alegando que os
acertos haviam sido feitos quatro
meses antes por Dirceu.
Os dois ministros disseram que
há um debate no governo para
que haja enxugamento do primeiro escalão e modificações no segundo.
Apesar de o Ministério dos
Transportes ter se transformado
num feudo do PMDB durante os
anos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a pasta entrou na negociação por ter
crescido no PT a defesa da manutenção de Cidades nas mãos do
partido em 2004, que é ano de
eleições municipais.
Os ministros da Fazenda e da
Casa Civil repetiram que Lula só
fará a reforma ministerial depois
de aprovar as reformas da Previdência e tributária no Senado.
Por isso, hoje, a tendência é que
a modificação na Esplanada dos
Ministérios fique para janeiro.
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