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Caixa dois não
vai acabar após
CPI, diz analista
DA REDAÇÃO
O uso de caixa dois nas
eleições brasileiras não vai
acabar mesmo após as CPIs
terem revelado alguns dos
mecanismos ilegais de financiamento de campanhas. Essa é a opinião do diretor-executivo da ONG
Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, que fez
essa afirmação em entrevista
concedida ao UOL News.
Para ele, "não é possível evitar a incidência de caixa dois
em eleições. É dinheiro escondido, financiamento [de
campanhas eleitorais por
meio] de empresas", afirma.
O combate ao caixa dois,
segundo Abramo, "não tem
a ver com questão eleitoral, e
sim com a fiscalização tributária das empresas". Ele diz
também que "a única maneira de reduzir o dinheiro
que passa por debaixo do
pano é apertar a fiscalização
tributária e punir muito gravemente as empresas inadimplentes com o fisco".
Para Abramo, o debate sobre o tema durante a crise do
"mensalão" serviu para encobrir as investigações da
origem do dinheiro que
inundou o "valerioduto" e
ocultar a maneira como esses recursos foram utilizados para a corrupção.
"Não há nenhum indício
de que dinheiro que rolou
no esquema do "mensalão"
tenha sido usado para o pagamento de dívida eleitoral e
não o pagamento de político
em troca de apoio", afirma.
"A invenção da história do
caixa dois e o debate todo sobre financiamento público
de campanha foi uma cortina de fumaça."
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