São Paulo, quinta-feira, 05 de janeiro de 2006

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Caixa dois não vai acabar após CPI, diz analista

DA REDAÇÃO

O uso de caixa dois nas eleições brasileiras não vai acabar mesmo após as CPIs terem revelado alguns dos mecanismos ilegais de financiamento de campanhas. Essa é a opinião do diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, que fez essa afirmação em entrevista concedida ao UOL News. Para ele, "não é possível evitar a incidência de caixa dois em eleições. É dinheiro escondido, financiamento [de campanhas eleitorais por meio] de empresas", afirma.
O combate ao caixa dois, segundo Abramo, "não tem a ver com questão eleitoral, e sim com a fiscalização tributária das empresas". Ele diz também que "a única maneira de reduzir o dinheiro que passa por debaixo do pano é apertar a fiscalização tributária e punir muito gravemente as empresas inadimplentes com o fisco".
Para Abramo, o debate sobre o tema durante a crise do "mensalão" serviu para encobrir as investigações da origem do dinheiro que inundou o "valerioduto" e ocultar a maneira como esses recursos foram utilizados para a corrupção.
"Não há nenhum indício de que dinheiro que rolou no esquema do "mensalão" tenha sido usado para o pagamento de dívida eleitoral e não o pagamento de político em troca de apoio", afirma. "A invenção da história do caixa dois e o debate todo sobre financiamento público de campanha foi uma cortina de fumaça."


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