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ESTADOS
Apenas 7 divulgaram relatório
Só Bahia cumpriu Lei de Responsabilidade Fiscal
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apenas a Bahia, entre os Estados que divulgaram suas contas
pela internet, não apresenta problemas em relação ao cumprimento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). As informações
são dos próprios Estados.
De acordo com levantamento
feito ontem, somente sete Estados
haviam divulgado pela internet
seus relatórios sobre as contas de
2002. Desse grupo, seis têm problemas em relação à LRF.
A lei determina que os governos
dêem acesso público aos relatórios 30 dias após o encerramento
do ano. Em alguns sites (PI e AC),
os últimos relatórios disponíveis
são de abril de 2002.
Quatro Estados (MS, PB, PE e
RS) apuraram déficits de caixa no
final de 2002, ou sejam, tinham
obrigações a pagar maiores que o
volume de dinheiro existente nos
cofres estaduais.
Um dos artigos da LRF proíbe
os governadores em final de mandato de deixarem despesas em excesso (maiores que o caixa) para seus sucessores. A regra vale inclusive para os governadores que
conseguiram se reeleger.
Dois Estados (PB e RS) informaram que tiveram problemas
em relação ao limite de despesas
com pessoal. Para o Poder Executivo dos Estados, esse limite é de
49% da receita anual.
O governo da Paraíba divulgou
que suas despesas chegaram a
50,73% da receita em 2002. No caso do Rio Grande do Sul a dificuldade está no cumprimento do chamado limite prudencial, ou
seja, 95% do teto estipulado.
Quando o Estado ultrapassa esse limite não pode mais aumentar
suas despesas de pessoal durante
o ano (contratar pessoal, reajustar
salários, pagar hora extra).
Os governos da Bahia e do Mato
Grosso do Sul deduziram todas as
suas despesas com aposentados.
A LRF determina que essas despesas só podem ser descontadas
se houver um fundo de previdência responsável por elas.
O Rio Grande do Sul informou
que tirou da conta de pessoal as
despesas com pensões, assistência médica dos servidores e até o
Imposto de Renda retido na fonte
dos servidores.
Mas o relatório, assinado pelo
atual ministro das Cidades e ex-governador Olívio Dutra (PT),
afirma que a retirada aconteceu
com a autorização do Tribunal de
Contas do Estado.
Em três Estados (MS, RS e SP) a
dívida estadual é superior a duas
vezes a receita anual, que é o limite fixado pelo Senado para esses
débitos. No Mato Grosso do Sul, a
dívida é três vezes superior à receita. Mas a própria lei dá um prazo para que esses Estados reduzam o seu endividamento.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o aumento da dívida do Estado para
2,23 vezes a receita anual foi causado pela correção dos débitos
pelo IGP-DI -muito influenciado pelo dólar.
Colaborou a Agência Folha
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