|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAMPO MINADO
Sem-terra invadiram praças em protesto contra aumento de tarifas
MST invade pedágios no Paraná
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) liderou ontem, primeiro dia de vigência das novas tarifas, invasões em
oito praças de pedágio de rodovias no Paraná. A primeira invasão se deu por volta das 8h15 -70
sem-terra tomaram a praça da
Viapar em Presidente Castelo
Branco, noroeste do Estado.
Às 17h, já eram cinco as praças
invadidas em diferentes regiões
do Estado. O governo do Paraná
destacou policiais militares para
os pontos de invasão, mas não interveio nem evitou que o protesto
contra o aumento se alastrasse.
Foi a segunda onda de invasão
de praças de pedágio que o MST
promoveu, sem reação policial,
no governo de Roberto Requião
(PMDB). Em junho do ano passado, invadiram 11 das 26 praças. O
protesto de então pedia a encampação do serviço pelo Estado.
A regional da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias
de Rodovias) protocolou à tarde
na Secretaria da Segurança Pública do Estado um ofício pedindo
providências do governo. O diretor regional da ABCR, João Chiminazzo Neto, disse considerar
"muito estranhas" as invasões lideradas pelo MST. Em ações independentes, as empresas entraram na Justiça pleiteando reintegração de posse das praças.
Requião
Requião passou o dia sem agenda pública em Curitiba e não se
manifestou sobre o episódio diretamente nem por meio de sua assessoria de imprensa.
Por meio da assessoria do governo, o secretário da Segurança,
Luiz Fernando Delazari, disse à
tarde que a PM só iria intervir
"em caso de depredação e baderna ou se as concessionárias obtiverem uma ordem judicial [de
reintegração]".
À noite, em uma nota do governo, Delazari atribuiu as invasões a
uma possível "reação do MST às
desocupações que estamos promovendo no Estado".
Ele disse que 490 policiais garantiram ontem o despejo de uma
fazenda em Guarapuava.
A ação
Ao chegar à praça de Castelo
Branco, pela manhã, os integrantes do MST assumiram as cabinas, cortaram os fios do circuito
de segurança de TV e suspenderam a cobrança da tarifa.
No final da tarde, a mesma operação se repetiu em Arapongas e
Campo Mourão (da Viapar), no
distrito de São Luís do Purunã,
em Carambeí e Imbaú (Rodonorte), e Jataizinho e Mauá da Serra
(Econorte). Na praça da Ecovia,
entre Curitiba e o litoral do Estado, houve um buzinaço contra o
reajuste de caminhoneiros que levavam grãos.
Quatro concessionárias conseguiram na sexta-feira, na Justiça
Federal, autorização para aplicar
o reajuste (de no mínimo 15,34%)
previsto em contrato para dezembro, mas que o governo se recusou a conceder.
Recurso
O procurador-geral do Estado
do Paraná, Sérgio Botto de Lacerda, protocolou na tarde de ontem,
no Tribunal Regional Federal da
4ª Região, um recurso do governo
contra a decisão.
A Agência Folha tentou entrar
em contato com os coordenadores do MST no Paraná, Roberto
Baggio e José Damasceno, mas
eles não foram localizados até o
fechamento desta edição.
Texto Anterior: Manifestação de auditores reúne 300 em São Paulo Próximo Texto: Manifestação contra reservatório de usina em MG termina em tumulto Índice
|