São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2004

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REFORMA POLÍTICA

Projeto tem oposição

Base aliada resiste em apressar as mudanças

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A idéia de aproveitar o caso Waldomiro Diniz para dar um impulso na reforma política esbarrou nos próprios aliados do governo ontem no Congresso. Em uma reunião que durou cerca de três horas, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), não conseguiu convencer os governistas PP, PTB e PL, que ameaçaram abandonar temporariamente o apoio ao governo nas votações e -deram a entender- até sair da base aliada.
João Paulo anunciou antes do Carnaval a intenção de priorizar a reforma como resposta ao caso Waldomiro. "A melhor forma forma de a Câmara responder a este momento é enfrentar o debate e propiciar uma revolução em nosso sistema eleitoral e partidário", disse ele para justificar a medida. Após a reunião de ontem, o ímpeto havia desaparecido: "Não sei se vai ser votado, não estou comprando briga com ninguém", afirmou. "A medida mais prudente é não definir prazo e insistir na conversação com os partidos."
Segundo presentes à reunião, o deputado Sandro Mabel (GO), líder da bancada do PL, ameaçou assinar os requerimentos da Câmara para instalação de CPI do caso Waldomiro.
A reforma política prevê o financiamento público de campanha e a votação em listas fechadas elaboradas pelos partidos, o que acaba com as candidaturas isoladas para deputados e vereadores.
PTB, PP, PL e PDT -que também se colocou contrário à reforma- somam 163 deputados em um total de 513. Eles contam ainda com o apoio do líder do governo na Câmara, Miro Teixeira (sem partido-RJ). "Resta saber se a população concorda com um gasto de R$ 1,6 bilhão, a cada quatro anos, com o financiamento público", disse Miro.
João Paulo conseguiu as assinaturas necessárias para determinar urgência à tramitação da reforma, que já foi aprovada em uma comissão especial e agora deve seguir para a Comissão de Constituição e Justiça. (RANIER BRAGON)


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