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REFORMA POLÍTICA
Projeto tem oposição
Base aliada resiste em apressar as mudanças
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A idéia de aproveitar o caso
Waldomiro Diniz para dar um
impulso na reforma política esbarrou nos próprios aliados do
governo ontem no Congresso.
Em uma reunião que durou cerca
de três horas, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
não conseguiu convencer os governistas PP, PTB e PL, que ameaçaram abandonar temporariamente o apoio ao governo nas votações e -deram a entender-
até sair da base aliada.
João Paulo anunciou antes do
Carnaval a intenção de priorizar a
reforma como resposta ao caso
Waldomiro. "A melhor forma
forma de a Câmara responder a
este momento é enfrentar o debate e propiciar uma revolução em
nosso sistema eleitoral e partidário", disse ele para justificar a medida. Após a reunião de ontem, o
ímpeto havia desaparecido: "Não
sei se vai ser votado, não estou
comprando briga com ninguém",
afirmou. "A medida mais prudente é não definir prazo e insistir
na conversação com os partidos."
Segundo presentes à reunião, o
deputado Sandro Mabel (GO), líder da bancada do PL, ameaçou
assinar os requerimentos da Câmara para instalação de CPI do
caso Waldomiro.
A reforma política prevê o financiamento público de campanha e a votação em listas fechadas
elaboradas pelos partidos, o que
acaba com as candidaturas isoladas para deputados e vereadores.
PTB, PP, PL e PDT -que também se colocou contrário à reforma- somam 163 deputados em
um total de 513. Eles contam ainda com o apoio do líder do governo na Câmara, Miro Teixeira
(sem partido-RJ). "Resta saber se
a população concorda com um
gasto de R$ 1,6 bilhão, a cada quatro anos, com o financiamento
público", disse Miro.
João Paulo conseguiu as assinaturas necessárias para determinar
urgência à tramitação da reforma,
que já foi aprovada em uma comissão especial e agora deve seguir para a Comissão de Constituição e Justiça.
(RANIER BRAGON)
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