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REFORMA MINISTERIAL
Alfredo Nascimento (PL), após reunião com Lula, confirma ida para ministério e diz assumir "precavido"
Prefeito de Manaus vai assumir Transportes
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
RICARDO WESTIN
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O prefeito de Manaus, Alfredo
Nascimento, 50, confirmou ontem que assumirá, no próximo
dia 15, o Ministério dos Transportes, em substituição a Anderson
Adauto, também do PL. Em entrevista ontem, depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, Nascimento afirmou que assume o cargo "precavido" e que passará mais tempo
"conhecendo estradas" do que
em seu gabinete em Brasília.
"Estou precavido porque é uma
atividade nova, um desafio", disse
ele, quando questionado sobre
seu estado de espírito ao assumir
a pasta. Nascimento irá renunciar
ao cargo de prefeito.
Questionado sobre as denúncias de corrupção, que já rondaram a pasta em governos anteriores, disse que o problema não se combate com palavras, mas com
atos. "Isso não se muda dizendo
que vai mudar. A gente só consegue mudar com atos, posições."
Nascimento foi alvo de seis processos de improbidade administrativa. Ontem, ele disse que distribuiria material sobre o assunto
aos jornalistas para provar sua
inocência. Os processos, informou, são trabalhistas. "Tenho os
despachos emitidos pelos desembargadores dizendo que as acusações são totalmente infundadas."
Entre ontem e anteontem, o futuro ministro teve duas reuniões
com o ministro da Casa Civil, José
Dirceu. Ontem, reuniu-se com
Lula. Saiu do gabinete do presidente dizendo uma das frases que
Lula mais aprecia que seus subordinados digam: "Trabalhar com
dinheiro é muito fácil. O maior
desafio que você tem que enfrentar é justamente trabalhar com
poucos recursos".
O futuro ministro afirmou que a
transição será "tranqüila" e que
Anderson Adauto, que vai disputar a Prefeitura de Uberaba (MG),
colocou-se à disposição para passar todas as informações. Nascimento, por sua vez, disse que não
mudará a diretriz da pasta. Em seguida, declarou que não irá "inventar absolutamente nada".
A prioridade do ministério, disse ele, citando a determinação de
Lula, será a recuperação das estradas federais responsáveis pelo escoamento da produção.
Nascimento passou os últimos
20 anos em cargos no Executivo
de Manaus e do Estado do Amazonas. Foi cinco vezes secretário
(estadual e municipal) de pastas
diversas, como Fazenda e Saúde.
Foi vice-governador e cumpre seu
segundo mandato como prefeito.
Apesar de estar chegando a Brasília e de nunca ter ocupado cargo
no Legislativo, Nascimento não se
mostrou abalado pelo fato de a
bancada mineira do PL ter reclamado de sua indicação. Esses parlamentares queriam ver outro mineiro, como Adauto, no cargo.
Despedida
Em tom de despedida, Adauto
disse ontem que deixa a pasta
com a "consciência tranqüila".
O ministro, que se reuniu ontem com o governador de Minas,
Aécio Neves (PSDB), em Belo Horizonte, classificou sua saída de
"processo natural de transição".
Adauto aproveitou para defender sua gestão. Afirmou que conseguiu, em média, valores 25%
menores nas licitações e que empenhou (reservou para gasto) todas as verbas a que teve direito.
Sobre se conseguiu acabar com
possíveis irregularidades no ministério, disse que "é muito difícil
você falar que acabou com a corrupção", pois não trabalha sozinho, mas com "equipe grande".
Colaborou a Agência Folha, em Belo Horizonte
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