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REFORMA TRIBUTÁRIA
Ministro afirma que a discussão sobre o local de cobrança do imposto é "secundária neste momento"
Palocci quer adiar polêmica sobre o ICMS
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Às vésperas de o governo encaminhar ao Congresso o projeto de
reforma tributária, o ministro da
Fazenda, Antonio Palocci Filho,
classificou ontem como "secundária, neste momento" a discussão sobre o princípio de cobrança
(origem ou destino) do ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços).
"A questão de origem e destino
da cobrança do imposto deve ser
tratada, mas não agora. Isso deve
ser feito quando o Congresso discutir a lei complementar que regulamenta as mudanças efetuadas na Constituição."
O ministro e os 27 secretários
estaduais da Fazenda de todo o
país participaram da primeira
reunião do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) da
gestão Lula, em Salvador.
À saída do encontro, Palocci
disse que a simplificação do ICMS
é uma das principais metas do
projeto. "A lei do ICMS compõe
uma verdadeira biblioteca. Vamos simplificar para uma única
lei para facilitar a vida das empresas e dos Estados." Segundo ele, as
mais de 40 alíquotas do ICMS
existentes hoje serão transformadas em cinco.
O ministro não conseguiu convencer os secretários a aceitarem
a íntegra da proposta de reforma
tributária do governo federal.
Pelo esboço apresentado aos secretários, o governo não aceita incluir no projeto a principal reivindicação dos Estados -participação na arrecadação das contribuições sociais.
Segundo Palocci, o projeto de
reforma tributária do governo deverá ser encaminhado ao Congresso até o próximo dia 15.
O secretário da Fazenda de São
Paulo, Eduardo Guardia, disse
que "existem dois caminhos para
a reforma tributária, e o governo
optou pelo caminho do consenso.
Mais cedo ou mais tarde, os pontos polêmicos terão que ser debatidos novamente e tudo voltará à
discussão. Aí, será uma nova reforma tributária".
O ministro disse também que a
possibilidade de o projeto começar a ser debatido no Senado não
é uma decisão que cabe ao governo. "O Executivo fará o encaminhamento dentro dos trâmites
constitucionais. Não cabe ao Executivo definir o encaminhamento
das reformas. O que nós queremos é estimular um debate sadio
dentro do Congresso", disse.
Falências
Antes de seguir para Brasília, o
ministro disse que a implementação das medidas para reduzir o
"spread" (diferença entre a taxa
de captação dos bancos e a taxa
cobrada para empréstimos a
clientes) deve começar pela votação do projeto de Lei de Falências,
que já tramita no Congresso.
"Das leis que podem e devem
ser apreciadas pelos deputados e
senadores, essa é a que está mais
madura para ser aprovada."
Segundo o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer
acertar com o Congresso uma
agenda para votar leis necessárias
à redução dos juros ao consumidor. "Precisamos trabalhar a longo prazo não apenas para reduzir os juros básicos, mas também o
spread cobrado do consumidor."
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