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Requião dá incentivo
fiscal à indústria no PR
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), deu mostras esta semana de que não será
um aliado incondicional do governo federal nos pontos mais polêmicos da reforma tributária.
Ontem, Requião anunciou uma
série de incentivos fiscais a indústrias que queiram se instalar no
Paraná, ou incrementar a produção atual, que podem atrapalhar a
discussão do projeto de reforma
que o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva promete apresentar aos
governadores e enviar ao Congresso até o final do mês.
Foi a segunda investida do governador do Paraná na semana
em que o governo federal apontava os pontos que vai defender na
reforma tributária.
Na terça-feira, a Secretaria da
Fazenda do Paraná anunciou a
queda da alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nas transações
de produtos dentro do Estado, de
18% para 12%.
Fórmula
O incentivo a cerca de 50 mil
empresas será repassado na forma de diferimento -6% do imposto deixa de ser arrecadado e é
transformado em crédito descontado em operações futuras. A fórmula adotada evitou a necessidade de aprovação pelo Confaz
(Conselho Nacional de Política
Fazendária).
Em Londrina, Requião disse
que o incentivo adotado não significa uma nova "guerra fiscal"
com outros Estados da federação.
"A reforma tributária é necessária e urgente, para acabar com a
guerra tributária entre os Estados.
O Paraná já está fazendo a sua reforma", afirmou.
Aliado de Lula desde a disputa
eleitoral de primeiro turno, Requião está entre os governadores
que confirmam descer a rampa
com o presidente e seguir com ele
até o Congresso para apresentar
as propostas de reforma.
Mas já avisou, porém, que discorda da proposta defendida pelo
programa do PT, de cobrança do
ICMS no Estado consumidor do
bem ou serviço, e não no Estado
produtor.
Produção
O plano de desenvolvimento industrial e estímulo à geração de
empregos anunciado ontem prevê dilatação de prazos para recolhimento do imposto em até 48
meses para indústrias que aumentarem sua produção ou a novas empresas que concordarem
em se instalar em municípios menos desenvolvidos, apontados pelo próprio governo.
O professor de economia brasileira da Universidade Federal do
Paraná e consultor do Instituto
Brasileiro de Qualidade e Produtividade Igor Carneiro Leão disse
que considera o plano de Requião
"muito bom do ponto de vista da
realidade paranaense", mas que
se mantém na política de guerra
fiscal que impera no país desde o
início da década de 90.
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