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União indeniza jornalistas do "Pasquim" em R$ 1 mi cada
Ziraldo e Jaguar estão entre 20 jornalistas reparados
DA SUCURSAL DO RIO
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça aprovou o
pagamento de R$ 11,7 milhões
em indenizações a 20 jornalistas que sofreram perseguições
políticas durante o regime militar (1964-1985). Fundadores do
semanário "O Pasquim", em
1969, Ziraldo e Jaguar (Sérgio
Jaguaribe) receberão os maiores valores. Jaguar receberá
R$ 1.027.383,29 e Ziraldo,
R$ 1.000.253,24. Terão direito
ainda a vencimentos mensais
até a morte de R$ 4.375,88.
Ziraldo, que estava na sessão,
disse que não aceita críticas por
ter buscado reparação pelas
perseguições que sofreu dos governos militares, como três prisões, demissões e fechamentos
de jornais e revistas que fundou
ou em que trabalhou. Segundo
ele, quem contesta seu direito à
anistia e à indenização é "cagão" e nunca "botou na seringa". "Minha aposentadoria é de
R$ 1.200. Essa indenização será
a minha aposentadoria. Fiquei
emocionadíssimo. O Brasil me
deve essa indenização."
Para receber a quantia, Ziraldo e os demais terão de responder à comissão, por escrito, se
concordam com a indenização
ou se devem recorrer do valor.
Se concordarem, o pagamento
será feito neste semestre.
Jaguar não esteve na sessão.
Seu advogado lembrou que o
cliente foi preso e demitido do
jornal "Última Hora", onde trabalhava, e que, quando dirigia
"O Pasquim", a sede da publicação sofreu atentados praticados pela extrema-direita a serviço de militares. Entre os jornalistas indenizados está Ricardo Moraes, ex-militante do
Partido Comunista Brasileiro,
hoje assessor do ministro da
Fazenda, Guido Mantega.
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