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JUDICIÁRIO
Presidente do Senado defende Justiça "apolítica"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em consonância com o discurso de posse do presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que o Congresso não deve recorrer à Justiça para resolver
os "conflitos políticos". Ele defende uma magistratura "apolítica".
"O discurso do ministro Nelson
Jobim toca numa ferida que é
nossa, de hoje: nós, políticos, temos de parar de buscar a Justiça
para resolver os nossos problemas. Temos de resolvê-los, mesmo que seja de maneira dolorosa,
dentro das nossas Casas, porque,
no momento em que chamamos
a Justiça para resolver os problemas políticos, estamos quebrando a estrutura que faz uma democracia moderna", disse Sarney em
pronunciamento no plenário.
Hoje, o próprio Sarney é alvo de
questionamento político no STF,
em ação apresentada pela oposição. Eles consideram inconstitucional a não-instalação da CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) dos bingos.
Para o presidente do Senado, a
Justiça "não está nem deve estar"
preparada para solucionar conflitos políticos. Recorrer a ela para
decidir pendências no debate político, na sua opinião, é "um desserviço à Justiça e, ao mesmo tempo, uma disfunção do processo
político". Na sua opinião, o discurso de Jobim "acena para um
momento novo" que deve atingir
a magistratura brasileira.
(RAQUEL ULHÔA)
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