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CAPITAL & TRABALHO
Em discurso a metalúrgicos, candidato petista diz que José Alencar "emprega 16 mil pessoas"
Lula apresenta vice "bom patrão" no ABCD
XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um sermão aos bons patrões que investem no Brasil, o
candidato do PT à Presidência,
Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou ontem, em uma indústria
metalúrgica da região do ABCD,
o seu vice empresário, o senador
José Alencar (PL-MG), à classe
operária da qual fez parte.
O dono da Coteminas, saudado por Lula como o homem que
emprega 16 mil pessoas na sua
indústria têxtil, foi aplaudido
por cerca de 250 pessoas no pátio da Uniforja (ex-Conforja),
uma empresa falida em 99 cujo
comando passou aos ex-funcionários e é vista como exemplo de
cooperativa bem-sucedida.
"É um grande empresário brasileiro pela força do seu caráter",
disse Lula em microfone de uma
Kombi. "O Zé", como o petista
trata o vice, atacou a política de
importações do governo, que
rende muitos empregos, segundo ele, mas fora do país.
A visita não foi só uma deferência à semana do cooperativismo, como relatava a agenda dos
candidatos. Enquadrou-se na
estratégia da campanha para
mostrar exemplos do chamado
"Brasil que deu certo", mote do
petista depois que o PT contratou o marqueteiro Duda Mendonça para as eleições deste ano.
Bíblico, Lula comparou o trabalho da cooperativa ao milagre
da multiplicação dos pães. "Você liga a TV e só vê crise, crise,
notícia ruim. Nos jornais, a mesma coisa", disse, depois de citar,
irônico, até o programa "Big
Brother" como veículo do negativismo. "Precisamos mostrar o
lado positivo do Brasil, como fazemos hoje."
No discurso, o petista atacou a
equipe econômica. "Em vez de
viajar para Washington, Paris,
Londres... eles deveriam conhecer experiências como essa aqui
de Diadema", disse. "O negócio
deles é acreditar que o capital especulativo vai salvar. Não salvou
o Brasil, não salvou a Argentina,
não salvou a Rússia." O representante do capital produtivo,
como o vice empresário é tratado, aplaudiu o ex-operário.
"Vamos Zé, cadê Zé?". No final
do encontro, Lula buscava o vice
para seguir a maratona de visitas
a cooperativas em outra praça,
Maringa (PR). Ainda sem ritmo
de campanha, o vice empresário
curtia a fama de "bom burguês"
em uma roda de operários.
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