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FHC foi ouvido 2 vezes antes de decisão
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso foi consultado duas
vezes pelo ministro da Justiça, Miguel Reale Jr., antes da decisão favorável à intervenção no Espírito
Santo. Nas duas, FHC reagiu com
a mesma frase: "De acordo. Faça-se o que tem que ser feito".
A primeira consulta ocorreu na
terça. A segunda, na quarta à noite, quando o ministro já estava
convencido de que a decisão do
CDDPH (Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana) seria
pela intervenção.
O governo, porém, tentou ser
cauteloso. Em vez de optar pelo
argumento de "manutenção da
ordem pública", preferiu o de
"garantia dos direitos humanos".
No primeiro caso, a decisão seria
praticamente solitária do presidente. No segundo, que prevaleceu, a decisão passa pela Procuradoria Geral e pelo Judiciário, dividindo responsabilidades.
Reale Jr. disse à Folha que a intervenção "responde a uma necessidade interna, porque a situação no Estado é realmente crítica,
e a uma pressão externa, porque o
Brasil é réu em organismos internacionais por causa do Espírito
Santo".
(ELIANE CANTANHÊDE)
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