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Vieira usa estrutura
de comunicação
do enviado especial a Florianópolis
Na luta para barrar o seu impeachment, o governador de Santa
Catarina, Paulo Afonso Vieira
(PMDB), contou com uma superestrurura de comunicação social,
com 11 assessores de imprensa instalados no palácio de governo.
Vieira conta com uma verdadeira agência de notícias. Os jornalistas atendem a imprensa, gravam
boletins diários para 133 emissoras
de rádio do Estado, fazem releases
eletrônicos para quatro emissoras
de TV e produzem notícias para 15
jornais diários -10 no interior.
A maioria dos jornalistas recebe
salário de R$ 1.700, quase o dobro
do que a média da cidade. Outros
12 jornalistas espalhados pelas secretarias recebem R$ 1.400.
A assessoria também produz um
jornal mensal, com oito páginas e
tiragem de 50 mil exemplares. Semanalmente, são enviados malotes pelo correio para outros 120
jornais do interior.
A assessoria e o setor de publicidade e propaganda são controlados pelo secretário-adjunto de Governo, Róger Bittencourt, ex-editor chefe de dois telejornais da RBS
(Rede Brasil Sul), o maior veículo
de comunicação do Estado.
Gastos
As viagens do governador pelo
interior são acompanhadas por até
três repórteres.
"Quando o governador vai a três
cidades num mesmo dia, mandamos um repórter para cada cidade", diz Bittencourt.
A assessoria oferece a emissoras
de televisão gravações com cenas e
textos das solenidades que contam
com a participação do governador.
A retransmissora do SBT com sede
em Lages não tem repórter em Florianópolis. Recebe quase que diariamente material da assessoria.
O secretário-adjunto diz que o
governo gasta em torno de R$ 10
milhões ao ano em publicidade.
Segundo o Tribunal de Contas do
Estado, em 95, a despesa com com
publicidade foi de R$ 26,6 milhões, incluindo secretarias, autarquias, fundações e estatais.
As secretarias fecharam contratos de R$ 12,4 milhões, mas as despesas executadas ficaram em R$
5,3 milhões. "O governo gasta
pouco com propaganda. Por mim,
gastaria muito mais", afirma Bittencourt. Ele diz que o governo teve dificuldade para veicular a sua
propaganda nos primeiros seis
meses de governo, em consequência de problemas nas licitações.
(LV)
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