São Paulo, sábado, 5 de julho de 1997.



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Vieira usa estrutura de comunicação

do enviado especial a Florianópolis

Na luta para barrar o seu impeachment, o governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), contou com uma superestrurura de comunicação social, com 11 assessores de imprensa instalados no palácio de governo.
Vieira conta com uma verdadeira agência de notícias. Os jornalistas atendem a imprensa, gravam boletins diários para 133 emissoras de rádio do Estado, fazem releases eletrônicos para quatro emissoras de TV e produzem notícias para 15 jornais diários -10 no interior.
A maioria dos jornalistas recebe salário de R$ 1.700, quase o dobro do que a média da cidade. Outros 12 jornalistas espalhados pelas secretarias recebem R$ 1.400.
A assessoria também produz um jornal mensal, com oito páginas e tiragem de 50 mil exemplares. Semanalmente, são enviados malotes pelo correio para outros 120 jornais do interior.
A assessoria e o setor de publicidade e propaganda são controlados pelo secretário-adjunto de Governo, Róger Bittencourt, ex-editor chefe de dois telejornais da RBS (Rede Brasil Sul), o maior veículo de comunicação do Estado.
Gastos
As viagens do governador pelo interior são acompanhadas por até três repórteres.
"Quando o governador vai a três cidades num mesmo dia, mandamos um repórter para cada cidade", diz Bittencourt.
A assessoria oferece a emissoras de televisão gravações com cenas e textos das solenidades que contam com a participação do governador. A retransmissora do SBT com sede em Lages não tem repórter em Florianópolis. Recebe quase que diariamente material da assessoria.
O secretário-adjunto diz que o governo gasta em torno de R$ 10 milhões ao ano em publicidade. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, em 95, a despesa com com publicidade foi de R$ 26,6 milhões, incluindo secretarias, autarquias, fundações e estatais.
As secretarias fecharam contratos de R$ 12,4 milhões, mas as despesas executadas ficaram em R$ 5,3 milhões. "O governo gasta pouco com propaganda. Por mim, gastaria muito mais", afirma Bittencourt. Ele diz que o governo teve dificuldade para veicular a sua propaganda nos primeiros seis meses de governo, em consequência de problemas nas licitações. (LV)



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