CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local

A maioria da ala antigovernista do PMDB deve anunciar, na próxima semana, o apoio à candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ato de adesão, programado para a cidade mineira de Ouro Preto, está sendo organizado pelo deputado federal Paes de Andrade (CE), presidente nacional do PMDB, e pelo senador Roberto Requião (PR).
Paes, candidato a senador, e Requião, que concorre ao governo paranaense, selaram alianças inéditas e têm o apoio do PT nas disputas estaduais. O partido de Lula sempre fez oposição aos dois.
"Vamos construir um palanque para todos os antigovernistas do PMDB e o mais próximo de nós indiscutivelmente é o das esquerdas", disse Paes.
O presidente do PMDB está trabalhando para ampliar o aval de correligionários ao candidato do PT. As conversações estão adiantadas com o senador Ronaldo Cunha Lima (PB) e com o presidente do PMDB-MG, Armando Costa.
O objetivo maior do PT era obter o apoio aberto do ex-presidente Itamar Franco, mas a direção da campanha de Lula já se conformou com a ausência do agora candidato ao governo mineiro no palanque das esquerdas.
Paes está tentando articular um acordo entre PT e Itamar em Minas para facilitar a adesão do ex-presidente a Lula, mas a coligação é quase impossível.
O PT só retiraria a candidatura de Patrus Ananias ao governo mineiro se o ex-presidente cacifasse Lula, mas os compromissos assumidos por Itamar na costura estadual inviabilizaram o acordo, segundo a avaliação do PT.
Paes e Requião defendem uma tomada de posição conjunta dos antigovernistas do PMDB. Entendem que, se houver divisão no grupo, com uma parcela aderindo a Ciro Gomes (PPS) na corrida presidencial, o cacife da ala será esvaziado na luta interna do PMDB. "Ciro é uma candidatura importante e poderemos estar juntos no segundo turno", afirmou Paes.



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