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Enéas evita contato com eleitor
e concentra os esforços na TV
LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Sucursal do Rio
O candidato à Presidência pelo
Prona, Enéas Carneiro, 59, não vai
sair às ruas para fazer campanha,
ficará trancado em estúdios e fisicamente longe de seus eleitores.
O cardiologista que chegou em
terceiro lugar na última eleição
presidencial, em 1994, se considera um telecandidato.
Sua campanha se resumirá, segundo ele, à utilização do tempo
que lhe cabe no horário eleitoral
gratuito.
No caso da TV, esse tempo, ainda não confirmado, deverá ser de 1
minuto e 16 segundos às terça,
quintas e sábados, divididos em
dois blocos iguais. Praticamente o
mesmo tempo que lhe foi destinado em 1994.
Alcance
"Eu não acredito em uma campanha presidencial em que haja
outra forma de alcançar o eleitor",
afirma Enéas, que começou a ficar
famoso pelo bordão eletrônico
"meu nome é Enéas", criado na
primeira vez em que disputou a
Presidência, em 89, quando tinha
exíguos 15 segundos de tempo na
televisão e amealhou 0,5%.
Acostumado com a TV, Enéas
não pretende utilizar os meios
convencionais usados em campanhas eleitorais, como comício ou
panfletagem.
"Se alguém quiser fazer camisas
com o meu rosto é um direito que
tem. Eu não vou fazer", afirma
Enéas, que se irrita quando questionado se contratará algum marqueteiro.
"Nunca pedi ajuda. Não peço e
jamais pedirei ajuda a nenhum
profissional de marketing, nem do
Brasil, nem do exterior, nem de
qualquer lugar do planeta", repete, enfático, três vezes.
"Não preciso disso. Eu escrevo
meus textos. Deus me deu um
dom de falar e escrever e, usando
esses dons, chegarei à Presidência
da República."
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