São Paulo, domingo, 5 de julho de 1998

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Produção do material da campanha de pepebista está atrasada
Carreatas e shows de Maluf ficarão para depois da Copa

da Reportagem Local

Apesar de a legislação permitir o início da propaganda eleitoral nas ruas a partir de amanhã, São Paulo ainda terá mais alguns dias de relativa limpeza pela frente. Conhecida pela avalanche de material publicitário que despeja por onde passa, a campanha de Paulo Maluf (PPB) ao governo está atrasada.
Ao contrário do que aconteceu em 96, quando antes mesmo da oficialização da candidatura de Celso Pitta à prefeitura Maluf participava de carreatas distribuindo bandeiras e bonés pela cidade, a empresa responsável pela confecção do material nem sequer foi formalmente contratada.
Os layouts com o símbolo de campanha estão prontos, mas ainda não foram enviados à Atração, firma de eventos responsável por setores da campanha malufista desde 89.
Wilson Souto, um dos proprietários da empresa, declarou que também não há definição sobre o tipo e a quantidade de material de propaganda que deverá ser fabricado.
"Sinto uma desmobilização maior do que em qualquer outra campanha. A Copa do Mundo atrapalha", afirmou Souto.
Assim como em disputas anteriores, o coração aparece novamente como símbolo de Maluf, só que desta vez, associado a um "m" com as cores do PPB, vermelho, azul e branco.
As cores de São Paulo não foram utilizadas porque, segundo Nelson Biondi, um dos encarregados do marketing de Maluf, são mais comumente relacionadas ao PMDB.
O publicitário afirma que o grupo não pretende inovar, investindo no mesmo tipo de material de disputas anteriores -adesivos, bandeiras e placas com ventosas para vidros de carros.
O coração, utilizado em campanhas anteriores, ainda faz parte de 1 dos 4 jingles que serão utilizados na eleição.
Carreatas e showmícios, outra marca registrada do malufismo, serão adiados até o final da Copa do Mundo.
O Código de Trânsito Brasileira é uma das principais preocupações da equipe do pepebista, já que dificulta a realização de carreatas no estilo das que notabilizaram a candidatura de Pitta.
Punindo com severidade o abandono do uso de cinto de segurança, ultrapassagens de farol vermelho e interrupções de cruzamentos, apenas algumas da infrações cometidas durante os percursos dos candidatos, a nova legislação vem exigindo criatividade dos malufistas.
Fã incondicional desse tipo de campanha, Maluf pediu soluções alternativas para o problema. Entre as propostas, está o uso de dois jipes abertos na parte traseira para o transporte do candidato e de seus seguidores ou de um veículo tipo van para a locomoção de várias pessoas ao mesmo tempo.



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