São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2000


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Andrade Vieira contribuiu com campanha de FHC

DA REDAÇÃO

O ex-banqueiro José Eduardo de Andrade Vieira, ressentido com o presidente Fernando Henrique Cardoso desde que o Bamerindus foi vendido pelo Banco Central ao HSBC, foi um dos principais articuladores de fundos para a campanha de FHC em 1994.
Depois da vitória, tornou-se ministro da Agricultura e permaneceu no cargo até abril de 1996, quando pediu demissão para voltar a dirigir o Bamerindus, que já enfrentava dificuldades.
Procurado em 1998 por Eduardo Jorge, então coordenador da campanha da reeleição, negou-se a colaborar.
Ele nunca perdoou o ex-amigo pelo episódio em que perdeu o seu banco. A intervenção foi decretada pelo Banco Central em 26 de março de 1997, depois de quase um ano de resistências de Andrade Vieira. O Bamerindus havia tido em 1996 um prejuízo de R$ 256 milhões, perda equivalente a 24% do patrimônio líquido. Para tornar viável o surgimento do HSBC Bamerindus, foram disponibilizados R$ 5,7 bilhões em recursos do Proer.
Em junho de 1998, Andrade Vieira anunciou seu rompimento político com FHC. Em 1999, afirmou que o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso "é lamentavelmente desastroso para o Brasil". Disse também que o ex-presidente Itamar Franco e ele próprio foram as duas pessoas que mais ajudaram FHC a se eleger, sem reconhecimento: "O Itamar lhe deu as condições para ser presidente da República e eu fui a pessoa que mais o ajudou a ganhar a eleição".
Seu banco cedeu jatinhos e doou R$ 276 mil a FHC na campanha de 1994.
José Eduardo de Andrade Vieira, 61, começou sua carreira política no PTB em 1990, quando foi eleito senador. Também foi ministro da Indústria, Comércio e Turismo (de outubro de 1992 a dezembro de 1993) no governo Itamar. Deixou o Senado no final de seu mandato, em 1999. Em março do mesmo ano, anunciou que estava abandonando a política. Hoje ele divide seu tempo entre o jornal "Folha de Londrina", do qual é presidente, e sua fazenda no Paraná.


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