São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2000


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Irmão de EJ diz que família está "aliviada" e critica a imprensa

LUIZ ANTÔNIO RYFF
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O advogado Marcos Jorge Caldas Pereira, irmão de Eduardo Jorge Caldas, afirmou que sua família está aliviada com o depoimento ontem do ex-secretário-geral da Presidência, mas avalia que o caso não está encerrado.
Para ele, foi a imprensa que "criou" o caso Eduardo Jorge e só ela poderá terminá-lo. "Quem começou foram vocês, a Folha, e o "Valor", especificamente. A mídia que criou tudo isso. Ela que terá, se for o caso, que encerrar."
O advogado elogiou o depoimento do irmão e disse que, agora, uma nova estratégia será utilizada. "Foi um depoimento honesto, no qual ele (Eduardo Jorge) trouxe todas as provas. Agora a família vai começar a restabelecer a honra mediante ingresso com ações judiciais", afirmou.
"Tenho um dossiê contra cada órgão de imprensa, contra cada jornalista", ameaçou.
Marcos Jorge reclamou do modo como o irmão foi interrogado na subcomissão de Constituição e Justiça do Senado. "A sociedade deve ter sentido indignação."
A principal queixa dele, e da família Caldas Pereira, é, no entanto, com relação à imprensa. Ele citou nominalmente a Folha e os jornais "Correio Braziliense" e "Valor". Ele exemplificou como erro da imprensa a manchete da primeira página de quinta-feira do "Correio Braziliense": "O Grande negócio de Jorge".
A reportagem dizia que uma empresa que teve Eduardo Jorge como sócio mantinha um contrato de R$ 3 bilhões com o Banco do Brasil. No dia seguinte o jornal publicou, também na primeira página, uma retificação. Entre outras coisas, o contrato não havia sido assinado.
"Vocês querem fazer sensacionalismo. Não está sendo um procedimento correto esse da imprensa. Joga a notícia para atingir a honra de alguém no dia em que ele (EJ) ia depor. No dia seguinte volta atrás. Essa é a imprensa de hoje", lamentou.
Marcos Jorge disse também ter ficado indignado em alguns momentos do depoimento do irmão. Especificamente com o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que afirmou que queria que Eduardo Jorge fosse preso e visse "o sol pelas grades de uma cela".
Marcos Jorge disse que conversou com o irmão após o depoimento e que ele estava aliviado. "Ele viu que foi a única forma que teve de poder se defender. Vocês não deram espaço. Ninguém deu espaço. Vocês só queriam dizer que é ladrão", reclamou.
Desde que o caso EJ teve início, a Folha tenta diariamente falar com o ex-secretário-geral em seu escritório e em suas residências em Brasília e no Rio de Janeiro. Não houve retorno. Por causa disso, mantém contato com o seu advogado, José Gerardo Grossi.


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