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Irmão de EJ diz que família está "aliviada" e critica a imprensa
LUIZ ANTÔNIO RYFF
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O advogado Marcos Jorge Caldas Pereira, irmão de Eduardo
Jorge Caldas, afirmou que sua família está aliviada com o depoimento ontem do ex-secretário-geral da Presidência, mas avalia
que o caso não está encerrado.
Para ele, foi a imprensa que
"criou" o caso Eduardo Jorge e só
ela poderá terminá-lo. "Quem começou foram vocês, a Folha, e o
"Valor", especificamente. A mídia
que criou tudo isso. Ela que terá,
se for o caso, que encerrar."
O advogado elogiou o depoimento do irmão e disse que, agora, uma nova estratégia será utilizada. "Foi um depoimento honesto, no qual ele (Eduardo Jorge)
trouxe todas as provas. Agora a
família vai começar a restabelecer
a honra mediante ingresso com
ações judiciais", afirmou.
"Tenho um dossiê contra cada
órgão de imprensa, contra cada
jornalista", ameaçou.
Marcos Jorge reclamou do modo como o irmão foi interrogado
na subcomissão de Constituição e
Justiça do Senado. "A sociedade
deve ter sentido indignação."
A principal queixa dele, e da família Caldas Pereira, é, no entanto, com relação à imprensa. Ele citou nominalmente a Folha e os
jornais "Correio Braziliense" e
"Valor". Ele exemplificou como
erro da imprensa a manchete da
primeira página de quinta-feira
do "Correio Braziliense": "O
Grande negócio de Jorge".
A reportagem dizia que uma
empresa que teve Eduardo Jorge
como sócio mantinha um contrato de R$ 3 bilhões com o Banco do
Brasil. No dia seguinte o jornal
publicou, também na primeira
página, uma retificação. Entre outras coisas, o contrato não havia
sido assinado.
"Vocês querem fazer sensacionalismo. Não está sendo um procedimento correto esse da imprensa. Joga a notícia para atingir
a honra de alguém no dia em que
ele (EJ) ia depor. No dia seguinte
volta atrás. Essa é a imprensa de
hoje", lamentou.
Marcos Jorge disse também ter
ficado indignado em alguns momentos do depoimento do irmão.
Especificamente com o senador
Roberto Requião (PMDB-PR),
que afirmou que queria que
Eduardo Jorge fosse preso e visse
"o sol pelas grades de uma cela".
Marcos Jorge disse que conversou com o irmão após o depoimento e que ele estava aliviado.
"Ele viu que foi a única forma que
teve de poder se defender. Vocês
não deram espaço. Ninguém deu
espaço. Vocês só queriam dizer
que é ladrão", reclamou.
Desde que o caso EJ teve início,
a Folha tenta diariamente falar
com o ex-secretário-geral em seu
escritório e em suas residências
em Brasília e no Rio de Janeiro.
Não houve retorno. Por causa disso, mantém contato com o seu advogado, José Gerardo Grossi.
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