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Luiz Francisco responde às declarações de EJ
MALU GASPAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Irresponsável é ele". A frase
é apenas uma das usadas pelo
procurador da República Luiz
Francisco de Souza para expressar sua indignação diante
das declarações feitas ontem
pelo ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge em depoimento no Senado.
Sentado em meio às pilhas de
papéis que enchem sua sala, o
procurador afirmou ontem
que o depoimento não foi convincente e disse que a análise da
Receita sobre os rendimentos
do ex-assessor de FHC apresentada por ele à subcomissão
do Senado é apenas um levantamento parcial. A seguir, trechos da entrevista.
Folha - Eduardo Jorge afirmou
ontem no Senado que o Ministério Público Federal o está investigando há um ano e até agora
não conseguiu processá-lo. É
verdade que até agora não foi
aberto um processo contra ele?
Luiz Francisco de Souza - Ele
não se referia a nós aqui. Ele falou dos procuradores de São
Paulo. Eu não falo sobre eles.
Folha - Há quanto tempo exatamente vocês o investigam?
Luiz Francisco - Desde 13 de
julho, quando foi aberto o procedimento.
Folha - EJ contestou a afirmação de que ele teria casa em Miami. Disse que trocava a tal casa
por uma camisa velha sua.
Luiz Francisco - Tudo o que ele
disse foi que o nosso pedido de
auditoria seria um monumento à incompetência, porque no
documento havia referências à
casa. Objetivamente, esse documento tem 17 pontos. Um
diz que temos informações de
que ele tem uma casa na Flórida. Eu não disse que ele tem,
disse que há informações. Em
outros pontos, eu coloco fatos.
Aqui, são informações a serem
verificadas. Então, o irresponsável é ele. Por exemplo, o
apartamento dele vale mais do
que ele declarou. E o que ele
diz? Que foi uma burrice comprar. Ele não nega. Então, cadê
a irresponsabilidade? Quem
comprou a casa foi ele.
Folha - Mas ele apresentou um
documento em que a Receita diz
já ter auditado as declarações de
renda dele e não ter encontrado
nenhuma irregularidade.
Luiz Francisco - O que foi feito
foi um levantamento, não foi
uma auditoria. Foi uma verificação direcionada especialmente a verificar seu envolvimento no caso Encol, e não
uma auditoria sobre a veracidade de cada ponto de sua declaração. Não abarcou nenhuma firma dele. Outro ponto importante é que a maioria dos fatos apontados aqui ocorre após
o levantamento da Receita.
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