São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2000


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Luiz Francisco responde às declarações de EJ

MALU GASPAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

"Irresponsável é ele". A frase é apenas uma das usadas pelo procurador da República Luiz Francisco de Souza para expressar sua indignação diante das declarações feitas ontem pelo ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge em depoimento no Senado.
Sentado em meio às pilhas de papéis que enchem sua sala, o procurador afirmou ontem que o depoimento não foi convincente e disse que a análise da Receita sobre os rendimentos do ex-assessor de FHC apresentada por ele à subcomissão do Senado é apenas um levantamento parcial. A seguir, trechos da entrevista.

Folha - Eduardo Jorge afirmou ontem no Senado que o Ministério Público Federal o está investigando há um ano e até agora não conseguiu processá-lo. É verdade que até agora não foi aberto um processo contra ele?
Luiz Francisco de Souza -
Ele não se referia a nós aqui. Ele falou dos procuradores de São Paulo. Eu não falo sobre eles.

Folha - Há quanto tempo exatamente vocês o investigam?
Luiz Francisco -
Desde 13 de julho, quando foi aberto o procedimento.

Folha - EJ contestou a afirmação de que ele teria casa em Miami. Disse que trocava a tal casa por uma camisa velha sua.
Luiz Francisco -
Tudo o que ele disse foi que o nosso pedido de auditoria seria um monumento à incompetência, porque no documento havia referências à casa. Objetivamente, esse documento tem 17 pontos. Um diz que temos informações de que ele tem uma casa na Flórida. Eu não disse que ele tem, disse que há informações. Em outros pontos, eu coloco fatos. Aqui, são informações a serem verificadas. Então, o irresponsável é ele. Por exemplo, o apartamento dele vale mais do que ele declarou. E o que ele diz? Que foi uma burrice comprar. Ele não nega. Então, cadê a irresponsabilidade? Quem comprou a casa foi ele.

Folha - Mas ele apresentou um documento em que a Receita diz já ter auditado as declarações de renda dele e não ter encontrado nenhuma irregularidade.
Luiz Francisco -
O que foi feito foi um levantamento, não foi uma auditoria. Foi uma verificação direcionada especialmente a verificar seu envolvimento no caso Encol, e não uma auditoria sobre a veracidade de cada ponto de sua declaração. Não abarcou nenhuma firma dele. Outro ponto importante é que a maioria dos fatos apontados aqui ocorre após o levantamento da Receita.


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