DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, tratou seus adversários ontem pelos últimos cargos que ocuparam, referindo-se ao candidato do PT apenas como Lula. Tentou seguir a estratégia de se mostrar confiável, experiente e disposto apenas a falar sobre propostas, mas na parte final do debate bateu boca com Serra.
Repetiu, sempre que possível, ser administrador responsável. Frases como "gradualidade nas mudanças" e "respeito a direitos adquiridos" pontuaram seu discurso. Procurando também passar uma imagem de independência, evitou permanecer ao lado de seu marqueteiro, Einhart Jacome da Paz, durante os intervalos.
A estratégia foi denunciada por sua namorada, Patrícia Pillar, sentada na platéia. "Olha o Ciro sozinho e cada um dos outros com um monte de gente em volta. Interessante isso, né? Fotografa."
Também a troca de gentilezas entre Ciro, Lula e Garotinho chamou a atenção. O presidenciável do PPS chegou a tentar ajudar Garotinho a rebater a resposta de Serra sobre sua suposta participação na elaboração de dossiês contra os adversários. Com o cuidado de afastar antes o microfone, dirigiu-se em tom baixo de voz ao ex-governador do Rio e tentou, sem sucesso, repassar a ele um papel retirado de sua pasta.
Ciro acabou perdendo a paciência com Serra, ao ponto de interrompê-lo. O clima de rivalidade entre Ciro e os tucanos estava também em setores da platéia. A maior agitação veio da parte de Patrícia Pillar, que, ao lado da filha e da irmã de Ciro, batia palmas, gesticulava e ria das intervenções de Serra.
Houve bate-boca entre os marqueteiros do candidato do PPS e do tucano. (PATRICIA ZORZAN)


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