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REFORMA SOB PRESSÃO
João Paulo Cunha (PT) reforça policiamento e limita a 30 o número de servidores no plenário
Câmara tenta conter protestos na votação
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os servidores federais pretendem pressionar os deputados a
votar contra a proposta de reforma da Previdência do governo a
partir de hoje no Congresso. Por
outro lado, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), reforçou o policiamento e limitou a
30 os servidores em plenário.
A galeria comporta 260 pessoas,
mas, por segurança, será permitida a presença de apenas cem espectadores já a partir de hoje.
Além dos 30 representantes de
entidades nacionais de servidores, haverá 70 senhas distribuídas
a partidos com bancadas na Câmara. O PSTU, que apóia a greve,
não terá direito a senhas.
Do lado de fora do Congresso,
serão cerca de mil homens da Polícia Militar do Distrito Federal
distribuídos, desde o início da
manhã, por todos os acessos à Câmara. Escaldado pela repercussão
negativa do confronto entre policiais e manifestantes duas semanas atrás, João Paulo preferiu não
envolver o batalhão de choque.
Do lado dos grevistas, a ordem é
iniciar a pressão na chegada dos
parlamentares a Brasília, já no aeroporto. Cálculos do comando
nacional de greve mostram que
devem chegar à capital cerca de
3.000 manifestantes hoje.
O grupo deve atingir cerca de 30
mil pessoas na quarta, quando será realizada uma marcha em protesto contra a reforma da Previdência. Os servidores discordam
do fim da aposentadoria integral
para os futuros funcionários públicos, da ausência de uma regra
de transição para os atuais e da
tributação dos inativos.
Entre os servidores, a idéia é fazer pressão mesmo ante a possibilidade de repressão. "Enfrentamos a ditadura militar 20 anos
atrás, por que não podemos enfrentar o governo do PT?", disse
José Maria de Almeida, presidente do PSTU. A marcha prevista
para amanhã deve custar cerca de
R$ 3,6 milhões apenas para o
transporte dos servidores.
Com a proximidade da votação,
o principal racha entre os servidores públicos diminuiu. As 53 entidades sindicais que deixaram a
CUT, alinhada ao PT, para formar
a CSP (Central dos Servidores Públicos), apóiam a marcha de amanhã, embora discordem da greve.
Liminar negada
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Maurício Corrêa, e a ministra do STF
Ellen Gracie Northfleet negaram
ontem pedidos de liminar que
suspenderiam a tramitação da reforma da Previdência na Câmara.
Nos dois casos, servidores inativos moveram mandado de segurança contestando a cobrança da
contribuição previdenciária de
inativos, prevista na proposta.
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