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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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REFORMA SOB PRESSÃO

João Paulo Cunha (PT) reforça policiamento e limita a 30 o número de servidores no plenário

Câmara tenta conter protestos na votação

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os servidores federais pretendem pressionar os deputados a votar contra a proposta de reforma da Previdência do governo a partir de hoje no Congresso. Por outro lado, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), reforçou o policiamento e limitou a 30 os servidores em plenário.
A galeria comporta 260 pessoas, mas, por segurança, será permitida a presença de apenas cem espectadores já a partir de hoje. Além dos 30 representantes de entidades nacionais de servidores, haverá 70 senhas distribuídas a partidos com bancadas na Câmara. O PSTU, que apóia a greve, não terá direito a senhas.
Do lado de fora do Congresso, serão cerca de mil homens da Polícia Militar do Distrito Federal distribuídos, desde o início da manhã, por todos os acessos à Câmara. Escaldado pela repercussão negativa do confronto entre policiais e manifestantes duas semanas atrás, João Paulo preferiu não envolver o batalhão de choque.
Do lado dos grevistas, a ordem é iniciar a pressão na chegada dos parlamentares a Brasília, já no aeroporto. Cálculos do comando nacional de greve mostram que devem chegar à capital cerca de 3.000 manifestantes hoje.
O grupo deve atingir cerca de 30 mil pessoas na quarta, quando será realizada uma marcha em protesto contra a reforma da Previdência. Os servidores discordam do fim da aposentadoria integral para os futuros funcionários públicos, da ausência de uma regra de transição para os atuais e da tributação dos inativos.
Entre os servidores, a idéia é fazer pressão mesmo ante a possibilidade de repressão. "Enfrentamos a ditadura militar 20 anos atrás, por que não podemos enfrentar o governo do PT?", disse José Maria de Almeida, presidente do PSTU. A marcha prevista para amanhã deve custar cerca de R$ 3,6 milhões apenas para o transporte dos servidores.
Com a proximidade da votação, o principal racha entre os servidores públicos diminuiu. As 53 entidades sindicais que deixaram a CUT, alinhada ao PT, para formar a CSP (Central dos Servidores Públicos), apóiam a marcha de amanhã, embora discordem da greve.

Liminar negada
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Maurício Corrêa, e a ministra do STF Ellen Gracie Northfleet negaram ontem pedidos de liminar que suspenderiam a tramitação da reforma da Previdência na Câmara.
Nos dois casos, servidores inativos moveram mandado de segurança contestando a cobrança da contribuição previdenciária de inativos, prevista na proposta.


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