São Paulo, segunda-feira, 05 de setembro de 2005

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CAMPO MINADO

Militantes do MST e funcionários de fazenda no PE ficaram feridos

Tentativa de invasão acaba em conflito

THIAGO GUIMARÃES
EDEVAL JÚNIOR
DA AGÊNCIA FOLHA

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) entraram em confronto na manhã de ontem com funcionários e o dono da fazenda Berra Boi, em Glória do Goitá (85 km de Recife, PE), durante uma tentativa de invasão da área.
O saldo, segundo a Polícia Civil, foi de três sem-terra e dois funcionários com lesões leves. O MST e o Ministério Público informaram que quatro sem-terra ficaram feridos durante o confronto.
A delegada de Glória do Goitá Maria Betânia Tavares disse que a tentativa de invasão envolveu cerca de 400 sem-terra. Os militantes se dirigiam à casa-grande da fazenda quando foram surpreendidos pelo dono dela, o empresário Paulo Miranda, que vinha no sentido contrário em uma caminhonete com dois funcionários.
Segundo a delegada-titular, o empresário jogou o carro em cima dos sem-terra, atropelando quatro deles. Ao mesmo tempo, os sem-terra derrubaram um funcionário que vinha em uma moto pouco atrás da caminhonete e atearam fogo no veículo.
Dois funcionários da fazenda foram detidos pelos sem-terra e liberados, com a chegada do promotor agrário Edson Guerra.
O MST deu outra versão. Disse que o dono da fazenda e os funcionários estavam "fortemente armados" e chegaram atirando. Afirmou também que dois "capangas" foram feridos pelo próprio dono da fazenda. Paulo Miranda não foi localizado ontem para comentar os fatos.
A Polícia Civil informou que não foram encontradas armas de fogo com nenhuma das partes envolvidas no confronto.
No final da manhã, o promotor agrário e a ouvidora do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) Elizabeth Rafael negociaram com os sem-terra, que deixaram a fazenda até que a área seja vistoriada.
Os funcionários feridos e Paulo Miranda prestaram queixa na delegacia de Glória do Goitá e foram encaminhados para exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal. O MST não havia prestado queixa até às 19h de ontem.
Se a invasão de ontem tivesse sido concluída, seria a terceira do MST no local, informou o movimento. Em abril do ano passado, integrantes do movimento invadiram a área e saíram três dias depois, sob a alegação de que haviam sido ameaçados por funcionários armados.


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