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Ex-governador confirma pedido a juiz
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local
O ex-governador do Espírito
Santo Albuino Azeredo (PDT)
confirmou ontem ter intercedido
junto ao desembargador Geraldo
Correia Lima para que ele concedesse o habeas corpus que tirou o
prefeito de Cariacica (ES), Dejair
Cabo Camata (PFL), da cadeia,
em 1997.
Azeredo, porém, não soube explicar o motivo que o levou a bater na porta da casa de veraneio
do desembargador, em Guarapari
(ES), na madrugada de uma Sexta-feira Santa, mesmo sabendo da
prisão de Camata desde as 14h da
véspera, quando outro desembargador estava de plantão no TJ
(Tribunal de Justiça), em Vitória.
O ex-governador disse que era
assessor de Planejamento em Cariacica quando o prefeito foi preso em flagrante por porte ilegal de
armas, em 97. Azeredo afirmou
que, por volta das 14h de quinta-feira, recebeu a notícia da prisão e
foi para o TJ com o procurador da
prefeitura Fernando Silva.
"Acho que faltou um documento e, quando o Fernando voltou, o
juiz de plantão já tinha ido embora. Como fui governador (de 91 a
94) e conheço os desembargadores, me pediram para ajudar."
Segundo Azeredo, Correia Lima
foi escolhido pela ordem de hierarquia. "O presidente, o vice e o
corregedor não foram encontrados. Então, levamos (Azeredo e o
presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz, do PFL) o
pedido ao decano (Correia Lima)", explicou o ex-governador.
Correia Lima concedeu o habeas corpus na mesma hora. Os
nomes do desembargador, do ex-governador, de Gratz e de Camata
aparecem com destaque em um
documento que, segundo o delegado Francisco Vicente Badenes
Junior, revela as relações entre
pessoas ligadas ao crime organizado capixaba.
Azeredo e Correia Lima negam
ter qualquer relação com os criminosos. "Sou muito católico.
Vou à missa e comungo todo
dia", disse o ex-governador.
Gratz não foi encontrado ontem
pela Folha. Correia Lima informou, por meio de sua assessoria,
que está processando Badenes
por calúnia. Ele trabalhou no escritório do ministro Elcio Alvares
(Defesa), que também aparece na
lista do delegado, na década de 70.
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