São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2000

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SÃO PAULO
Lei proíbe que político de outro partido participe de horário eleitoral; PSDB define posição hoje; em reunião, deputados do PDT manifestaram apoio pessoal à candidata
Para Marta, apoio tucano será difícil

SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

Marta Suplicy, candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, disse ontem achar muito difícil que os tucanos militem em sua campanha e subam ao seu palanque.
O ex-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), derrotado nas eleições de domingo, já declarou seu voto pessoal em Marta, mas o PSDB só se reúne hoje para definir uma posição partidária.
"Duvido que isso (a subida ao palanque) vá acontecer. Será muito diferente do apoio que dei ao Covas, sobretudo porque não há possibilidade de utilização de imagem. Mas vai ser de bom tamanho. É disso que precisamos", disse Marta, referindo-se à simples declaração de voto e à proibição legal da aparição de membros de outros partidos na TV.
Em 98, o PT liberou os militantes para decidir em quem votar para governador no segundo turno. O presidente de honra do partido, Luís Inácio Lula da Silva, se manteve neutro, mas Marta declarou na TV seu voto a Covas.
Ainda costurando apoios, a candidata se reuniu ontem com todos os seis deputados estaduais do PDT. Segundo ela e o líder da bancada pedetista, deputado Geraldo Vinholi, o apoio dos deputados é pessoal, pois a legenda ainda não definiu sua posição.
"Nossa linha política é muito próxima à do PT, e o tempo é curto. Por isso não esperamos a decisão do partido", disse Vinholi.
Segundo os deputados e a candidata, a conversa não tocou em mudanças do programa de governo petista nem na possibilidade de o PDT ter cargos em caso de vitória. "Por enquanto, é só um apoiamento", disse Marta.
Ela afirmou que, até agora, os partidos têm procurado o PT antes de serem procurados.
"Os apoios vieram mais como uma manifestação a favor da ética do que qualquer outra coisa. Ninguém mais quer o malufismo nesta cidade, por isso a gente está agregando forças que não viriam necessariamente para o PT", disse, admitindo que sua legenda "não tem total afinidade e muitas vezes tem sérias divergências" com alguns dos apoiadores.
Entre os virtuais aliados divergentes, estaria o presidente Fernando Henrique Cardoso, que, em Berlim, fez um discurso em favor da ética e da transparência.
Marta se recusou a confirmar uma informação do deputado estadual Paulo Teixeira (PT), segundo o qual ela não responderá pessoalmente aos ataques pessoais de Maluf, mas os deputados o farão. "Vou responder tudo o que quiser. O que ele vai falar de mim? O povo de São Paulo não quer coisas desse nível. Se ele enveredar por aí, vai ser azar dele."
Hoje, Marta retoma a campanha nas ruas. Amanhã, grava programas do horário eleitoral.


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