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SÃO PAULO
Lei proíbe que político de outro partido participe de horário eleitoral; PSDB
define posição hoje; em reunião, deputados do PDT manifestaram apoio pessoal à candidata
Para Marta, apoio tucano será difícil
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
Marta Suplicy, candidata do PT
à Prefeitura de São Paulo, disse
ontem achar muito difícil que os
tucanos militem em sua campanha e subam ao seu palanque.
O ex-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), derrotado nas eleições de domingo, já declarou seu
voto pessoal em Marta, mas o
PSDB só se reúne hoje para definir uma posição partidária.
"Duvido que isso (a subida ao
palanque) vá acontecer. Será muito diferente do apoio que dei ao
Covas, sobretudo porque não há
possibilidade de utilização de
imagem. Mas vai ser de bom tamanho. É disso que precisamos",
disse Marta, referindo-se à simples declaração de voto e à proibição legal da aparição de membros
de outros partidos na TV.
Em 98, o PT liberou os militantes para decidir em quem votar
para governador no segundo turno. O presidente de honra do partido, Luís Inácio Lula da Silva, se
manteve neutro, mas Marta declarou na TV seu voto a Covas.
Ainda costurando apoios, a
candidata se reuniu ontem com
todos os seis deputados estaduais
do PDT. Segundo ela e o líder da
bancada pedetista, deputado Geraldo Vinholi, o apoio dos deputados é pessoal, pois a legenda
ainda não definiu sua posição.
"Nossa linha política é muito
próxima à do PT, e o tempo é curto. Por isso não esperamos a decisão do partido", disse Vinholi.
Segundo os deputados e a candidata, a conversa não tocou em
mudanças do programa de governo petista nem na possibilidade
de o PDT ter cargos em caso de vitória. "Por enquanto, é só um
apoiamento", disse Marta.
Ela afirmou que, até agora, os
partidos têm procurado o PT antes de serem procurados.
"Os apoios vieram mais como
uma manifestação a favor da ética
do que qualquer outra coisa. Ninguém mais quer o malufismo nesta cidade, por isso a gente está
agregando forças que não viriam
necessariamente para o PT", disse, admitindo que sua legenda
"não tem total afinidade e muitas
vezes tem sérias divergências"
com alguns dos apoiadores.
Entre os virtuais aliados divergentes, estaria o presidente Fernando Henrique Cardoso, que,
em Berlim, fez um discurso em favor da ética e da transparência.
Marta se recusou a confirmar
uma informação do deputado estadual Paulo Teixeira (PT), segundo o qual ela não responderá
pessoalmente aos ataques pessoais de Maluf, mas os deputados
o farão. "Vou responder tudo o
que quiser. O que ele vai falar de
mim? O povo de São Paulo não
quer coisas desse nível. Se ele enveredar por aí, vai ser azar dele."
Hoje, Marta retoma a campanha nas ruas. Amanhã, grava programas do horário eleitoral.
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