São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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ANÁLISE

Ministério depende de petistas-chave

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A definição do futuro de José Dirceu, deputado federal reeleito (SP) e presidente do PT, e de Aloizio Mercadante, senador petista eleito por São Paulo, será o movimento principal do xadrez político do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para montar o seu ministério.
Segundo a Folha apurou, é possível, mas não provável, ter os dois no governo. Lula avalia que um deles precisa ficar no Congresso para, como homem forte no Legislativo, fazer parceria com o chamado núcleo duro de governo. Esse núcleo teria quatro ministérios ocupados por petistas de sua confiança: Fazenda, Planejamento, Casa Civil e Secretaria Geral da Presidência.
Se Dirceu virar presidente da Câmara e não chefe da Casa Civil, aumentará a cotação de Mercadante para assumir o Ministério da Fazenda.
A intenção de Lula é ter um petista ligado a ele na pasta que tem a chave do cofre e que define a macroeconomia.
Ontem, Dirceu disse que, convocado por Lula, aceitaria presidir a Câmara. Para alguns petistas, foi despiste. Para outros, a senha para levar Mercadante para a Fazenda. Nesse caso, Antônio Palocci Filho, atual chefe da equipe de transição, seria um forte nome para a Casa Civil. Palocci também é lembrado para um Ministério do Planejamento fortalecido.
No entanto, se Dirceu for para a Casa Civil, hipótese ainda tida como mais forte, seria importante, crê Lula, ter Mercadante no Senado. Nesse caso, Palocci é a opção mais forte para a Fazenda.

Liderança
No Senado, Mercadante seria facilmente indicado para líder do governo ou, numa difícil negociação com o PMDB, até mesmo para presidente do Senado. A contrapartida seria dar a presidência da Câmara ao PMDB.
A expectativa sobre o futuro de Dirceu e Mercadante se explica porque, no PT, avalia-se que os demais quadros do partido na Câmara e no Senado não têm a densidade política dos dois.
Na Câmara, os grandes nomes disputaram eleição para outros cargos e não voltarão à Casa. É o caso de José Genoino, que concorreu ao governo paulista e perdeu no segundo turno para o tucano Geraldo Alckmin.


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