São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2006

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D. Cláudio diz que fim do celibato não está na pauta

Já em Roma, cardeal afirma que permissão de casamento não resolve "crise vocações"

Responsável pela formação de padres, ex-arcebispo de São Paulo havia dito que Igreja Católica poderia "refletir" sobre a questão


Agência Efe
Ex-arcebispo D. Cláudio Hummes chega ao aeroporto de Roma


DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua primeira declaração após assumir o cargo de prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano, o cardeal dom Cláudio Hummes afirmou ontem que a discussão sobre o fim do celibato para os sacerdotes "não está na ordem do dia das autoridades eclesiásticas".
"Uma abertura da regra do celibato não seria uma solução nem mesmo para o problema da crise de vocações, que é devido a outras causas, como a cultura secularizada moderna", disse o ex-arcebispo de São Paulo em nota divulgada pela Santa Sé depois de sua chegada a Roma, ontem.
A nota também faz referência à reafirmação da exigência do celibato feita pelo Vaticano em 16 de novembro.
No sábado, em declaração publicada em "O Estado de S. Paulo", o novo prefeito da Congregação para o Clero havia dito: "Embora os celibatários façam parte da história e da cultura católicas, a igreja pode refletir sobre essa questão, pois o celibato não é um dogma, mas uma norma disciplinar".
Consideradas sinais de possível flexibilização da igreja, as opiniões de d. Cláudio ecoaram na imprensa especializada italiana, já que no novo posto o cardeal é responsável pela formação e disciplina de cerca de 400 mil padres. O tema também ganhou relevância com a excomunhão, em setembro, de um arcebispo de Zâmbia, que se casou em 2001 e ordenou padres casados.
Na nota, dom Cláudio disse que, embora não seja um dogma, o celibato é "uma tradição consolidada em fortes motivações, de caráter tanto ideológico e espiritual como prático e pastoral".
O papa nomeou o bispo auxiliar dom Manuel Parrado Carral como Administrador Apostólico da Arquidiocese de São Paulo. Ele responderá pelos assuntos administrativos da arquidiocese até que o sucessor de d. Cláudio seja anunciado.


Com agências internacionais

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