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JOGOS ELETRÔNICOS
Máquinas podem ter sido importadas por meio de fraude
PF arma operação para apreender caça-níqueis
da Sucursal de Brasília
O diretor-geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro Filho, enviou
anteontem ofício ao secretário da
Receita Federal, Everardo Maciel,
para montar operação de apreensão de máquinas caça-níqueis em
todo o país.
A PF recebeu da Receita informação extra-oficial de que todas
as máquinas do gênero existentes
no país foram importadas por
meio de fraude como equipamentos de diversão eletrônica e não de
jogos de azar, proibidos no país.
A fraude consistiria em erro do
tradutor juramentado responsável pela tradução do manual dos
equipamentos para efeito de importação. A Receita teria um laudo atestando a suposta fraude.
A Folha pediu para falar sobre o
assunto com o secretário da Receita, mas não obteve resposta.
O Ministério Público Federal
calculou que tenham sido importadas cerca de 5.000 máquinas caça-níqueis, com a ajuda de mafiosos italianos e do Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento
do Desporto), órgão do Ministério do Esporte e Turismo.
O chefe da Divisão de Polícia
Fazendária da PF, Ivan Marques,
disse que as máquinas podem ser
apreendidas onde quer que estejam, se for comprovada a fraude.
"Temos policiais em todos os Estados para apreender as máquinas importadas por fraude."
Sem a comprovação do crime
na importação, Marques disse
que a PF poderá atuar apenas em
relação às máquinas instaladas
em casas de bingos, cujo funcionamento é autorizado.
Segundo ele, as máquinas instaladas em bares, restaurantes e panificadoras terão de ser apreendidas pelas polícias estaduais.
Segundo os procuradores Luiz
Francisco Souza e Guilherme
Schelb, o Indesp desrespeitou o
artigo 81 da lei 9.615, a Lei Pelé, ao
permitir o funcionamento de caça-níqueis com a publicação de
portaria que teria sido elaborada
com a ajuda da máfia italiana.
(ABNOR GONDIM)
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