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PARANÁ
Governo faz pressão para que empresas reduzam as tarifas de pedágio
Requião inicia desapropriação de concessionária de rodovia
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O governo do Paraná começou
ontem o processo de desapropriação das seis concessionárias de
rodovias que operam no Estado,
como forma de pressionar as empresas a reduzir os preços do pedágio e rever os atuais contratos.
A primeira ação foi a abertura,
anteontem, de um processo administrativo de inadimplência
contra a Ecovia para tentar a extinção do contrato de concessão.
Além disso, o governo indicou
ontem uma comissão para avaliar
as ações da Econorte e da Rodonorte, visando a desapropriação
dessas empresas. Com isso, o governo inicia o processo de desapropriação de concessionárias de
rodovias que haviam sido declaradas de utilidade pública em decreto assinado no dia 8 de janeiro.
O governador Roberto Requião
(PMDB) disse que as concessionárias "deveriam prever a reação
popular após o aumento das tarifas", cujos valores ele diz considerar "um roubo". Segundo o governador, o protesto do MST "está expressando a insatisfação popular". Ele afirmou que seu governo vai negociar a saída pacífica
das praças com os sem-terra, para
cumprir as decisões judiciais.
De acordo com o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de
Lacerda, e o assessor jurídico do
governo Pedro Henrique Xavier,
a estratégia para tirar as rodovias
das empresas (caso elas não aceitem reduzir as tarifas) é agir em
duas linhas: as empresas vão sofrer processos administrativos visando a caducidade dos contratos
e processos de desapropriação.
As três "serão apenas as primeiras", disse Xavier. A única com
possibilidade de não ser atingida é
a Caminhos do Paraná. Em dezembro, ela concordou com uma
redução média de 30% nas tarifas.
Segundo o procurador-geral, a
Ecovia é o primeiro alvo das ações
"por ser a concessionária que reúne o maior número de irregularidades", supostamente detectadas
em auditorias na empresa, que ela
não admite. O Estado não detalha
as acusações, alegando ser tema
resguardado por sigilo contábil.
A escolha da Econorte e da Rodonorte, segundo Xavier, se deve
a indícios de que 50% do faturamento paga custos administrativos, "o que é um despropósito".
O corte desse percentual, na visão do governo, permitiria decretar a redução da tarifa assim que o
Estado assumisse as empresas.
No processo contra a Ecovia, a
previsão é que o desfecho demore
até 60 dias. Em caso de contestações, irá para a Justiça. Já na tramitação da desapropriação, o
prazo previsto é de 120 dias para
um acordo amigável. Caso contrário, o conflito irá para a Justiça.
"A instalação do pedágio foi mal
conduzida desde o início [em 98,
no governo Jaime Lerner] e desde
então tem gerado protestos", disse o chefe da Casa Civil, Caíto
Quintana. Quando assumiu, em
2003, Requião deflagrou uma
queda-de-braço com o setor, na
tentativa de cumprir a promessa
de campanha de baixar as tarifas.
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