São Paulo, quarta-feira, 06 de março de 2002

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CRISE NA SUCESSÃO

Operação no Paraná foi determinada pela juíza que autorizou ação em empresa de Roseana Sarney

PF faz busca em empresa ligada à Sudam

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Uma equipe da Polícia Federal do Paraná passou a segunda-feira fazendo buscas na empresa Momento Engenharia e Construções, de Curitiba, atrás de documentos ligados às investigações que apuram irregularidades na liberação de recursos da extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia).
As buscas da PF na Momento foram das 8h até o fim da tarde, e foram realizadas em cumprimento um pedido da juíza federal Ednamar Silva Ramos, da 6ª Vara Federal Criminal de Tocantins, a mesma que determinou a devassa em uma empresa da presidenciável Roseana Sarney (PFL), a Lunus, em São Luís.
Segundo a Agência Folha apurou, um dos documentos apreendidos seria um contrato de venda de ações da empresa Agrima Agricultura Industrial de Calcário, datado de 1993 ou 94.

Murad
A Agrima tem 51% das ações do projeto Nova Holanda, que está sendo relacionado pelas investigações da Polícia Federal do Tocantins com o marido de Roseana, Jorge Murad -que é gerente de Planejamento do Maranhão.
Segundo Murad, a associação inexiste porque ele foi dono da Agrima até 1994, e o projeto Nova Holanda começou em 1996.
O projeto consiste em 14 mil hectares de plantações de soja e arroz em duas fazendas na região de Balsas (MA).
A PF do Paraná confirmou ontem a operação, mas nada informou sobre o material coletado.
Os documentos apreendidos na Momento ainda serão encaminhados à 3ª Vara Federal Criminal de Curitiba, para dali serem despachados à Justiça de Tocantins.
Na carta precatória, a juíza orientou interesse sobre papéis da Momento "que podem estar associados ao ato de sangria" de recursos da Sudam, autarquia extinta após diversas denúncias de irregularidades.

Copel
A Momento é detentora de 8,32% do projeto agrícola Nova Holanda. O projeto também envolve investimentos da estatal paranaense Copel (Companhia Paranaense de Energia), que tem 10% de suas ações.
A Copel investiu só nesse projeto R$ 24,9 milhões.
A Agência Folha procurou ontem o acionista majoritário da Momento, Lauro Vianna, para uma entrevista, mas não conseguiu localizá-lo.
A Momento é uma empresa de consultoria e de projetos de engenharia, que opera há 30 anos no mercado paranaense.
Na sede da empresa, um prédio de dois pavimentos que fica na avenida Wenceslau Braz, na Vila Guaíra, a reportagem só conseguiu contato com uma secretária. Segundo ela, o dia de Vianna, ontem, seria "corrido" e ele não poderia atender a Agência Folha.
A Momento já foi uma sociedade anônima, mas hoje é uma empresa limitada.


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