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Estatal do Paraná aplicou na Sudam
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Mais da metade do valor que a
Copel (Companhia Paranaense
de Energia), a mais rica estatal do
governo pefelista do Paraná, investiu em projetos com financiamento da antiga Sudam foi destinado ao empreendimento Nova
Holanda. São R$ 24,9 milhões
aplicados.
O projeto de plantação de soja e
arroz, que fica em Balsas (MA),
está sendo investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de desvios. Ele foi associado
ao marido da governadora e presidenciável Roseana Sarney (PFL-MA), Jorge Murad, porque ele foi
dono de sua controladora -a
empresa Agrima. Murad nega ter
envolvimento com o projeto.
Ao todo, em empreendimentos
na região Norte com financiamentos da antiga Sudam, a Copel
investiu R$ 47 milhões entre 1996
e 2000. Os investimentos se referem a direcionamento de créditos
que originalmente deveriam ser
pagos em tributos à União.
O restante do montante investido pela Copel foi para a usina de
Lageado (R$ 20 milhões) e projeto
Tenusa (R$ 2,1 milhões).
A energética divulgou nota ontem em que explica os investimentos e nega irregularidades nas
aplicações no projeto Nova Holanda. A companhia é presidida
por Ingo Hübert, também secretário da Fazenda do governo Jaime Lerner (PFL).
""Os investimentos feitos pela
Copel em projetos contemplados
pela Lei de Incentivos Fiscais do
governo federal nada tiveram de
irregular, tendo a empresa seguido todas as disposições e regulamentações aplicáveis", diz a nota,
lembrando que a Sudam fiscalizou o investimento.
Já os investidores privados paranaenses no projeto dizem que o
Nova Holanda representa a aposta em uma nova fronteira agrícola, em pleno cerrado brasileiro.
Os investimentos cessaram em
2001, quando a Justiça começou a
investigar suspeitas de fraude e favorecimento em liberações de
verbas da Sudam. Antes de ser extinta, a Sudam liberou R$ 32 milhões à Nova Holanda -segundo
a empresa, apenas R$ 20 milhões
foram efetivamente aplicados.
Há oito paranaenses, entre agricultores e empresas, envolvidos
no projeto.
Uma parte é de agricultores e
pecuaristas cooperados da Batavo, que expandiram negócios para o Norte e Nordeste. Vem daí o
nome do projeto: a cooperativa é
formada, na maioria, por famílias
descendentes de holandeses, que
se instalaram na área leiteira de
Carambeí, região de Castro, sul
do Paraná.
Em nota oficial ontem, os controladores afirmam estar chateados com o envolvimento da empresa em suspeitas de irregularidades e as negam.
(MARI TORTATO)
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