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Governadora agiu como
leiga, diz Marco Aurélio
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio de Mello, afirmou ontem que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), tem
o direito de "espernear", mas não
o de exigir um aviso prévio sobre
a operação da Polícia Federal em
sua empresa, a Lunus.
A pefelista, pré-candidata à Presidência, disse "ter certeza" de
que o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, foram avisados da operação pela
Polícia Federal com antecedência,
mas não a alertaram nem fizeram
nada para impedir.
"Comete-se uma injustiça com
a Polícia Federal e com o Ministério da Justiça. A polícia cumpriu
um mandado judicial e não tinha
de consultar ninguém. Se o ministro fizesse isso [alertasse sobre a
operação", estaria claudicando,
traindo o seu dever, praticando
um crime e esvaziando a diligência. A tendência é a pessoa se sentir injustiçada e espernear. Ela
[Roseana" tem o direito de espernear", disse Marco Aurélio.
Para ele, a polícia agiu corretamente ao cumprir o mandado de
busca e apreensão, independentemente da pessoa afetada. Na Justiça, segundo ele, cabem recursos
para questionar a operação. "Roseana não tem informação jurídica. Ela imaginou uma cobertura
do Ministério da Justiça e do próprio Executivo. Na visão de leiga
atingida, ela veiculou que deveria
ter sido avisada da diligência."
Marco Aurélio afirmou que a
governadora o procurou, em seu
telefone celular, na última sexta-feira, pouco depois de deflagrada
a operação da PF em sua empresa.
"Senti Roseana muito inconformada. Foi um desabafo. E eu proporcionei a ela um ombro amigo.
Ressaltei que a polícia cumpriu
uma ordem judicial e que a parte
inconformada tem de atacar por
meio de recursos na Justiça."
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