São Paulo, quarta-feira, 06 de março de 2002

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Governadora agiu como leiga, diz Marco Aurélio

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio de Mello, afirmou ontem que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), tem o direito de "espernear", mas não o de exigir um aviso prévio sobre a operação da Polícia Federal em sua empresa, a Lunus.
A pefelista, pré-candidata à Presidência, disse "ter certeza" de que o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, foram avisados da operação pela Polícia Federal com antecedência, mas não a alertaram nem fizeram nada para impedir.
"Comete-se uma injustiça com a Polícia Federal e com o Ministério da Justiça. A polícia cumpriu um mandado judicial e não tinha de consultar ninguém. Se o ministro fizesse isso [alertasse sobre a operação", estaria claudicando, traindo o seu dever, praticando um crime e esvaziando a diligência. A tendência é a pessoa se sentir injustiçada e espernear. Ela [Roseana" tem o direito de espernear", disse Marco Aurélio.
Para ele, a polícia agiu corretamente ao cumprir o mandado de busca e apreensão, independentemente da pessoa afetada. Na Justiça, segundo ele, cabem recursos para questionar a operação. "Roseana não tem informação jurídica. Ela imaginou uma cobertura do Ministério da Justiça e do próprio Executivo. Na visão de leiga atingida, ela veiculou que deveria ter sido avisada da diligência."
Marco Aurélio afirmou que a governadora o procurou, em seu telefone celular, na última sexta-feira, pouco depois de deflagrada a operação da PF em sua empresa.
"Senti Roseana muito inconformada. Foi um desabafo. E eu proporcionei a ela um ombro amigo. Ressaltei que a polícia cumpriu uma ordem judicial e que a parte inconformada tem de atacar por meio de recursos na Justiça."


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