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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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Aliados do MST chefiam instituto

DA REDAÇÃO

Os principais cargos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) nos Estados foram destinados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a representantes de movimentos sociais historicamente empenhados nas ações do MST ou favoráveis a elas.
Além de membros do próprio movimento, integrantes da CUT, da ala esquerda do PT e da corrente progressista da Igreja Católica foram nomeados para 20 superintendências do instituto -as executoras da reforma agrária nos Estados-, conforme revelou a Folha no último dia 19.
Apesar da nova composição do Incra, o MST afirma que continuará com suas "ações de luta". João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento, disse anteontem que as invasões de terra serão intensificadas até abril. "Nosso enfrentamento não é com o governo Lula, mas sim com o latifúndio", disse ele.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, pediu "tempo" para atender às demandas dos movimentos sociais no campo, reconhecendo que elas "são verdadeiras, históricas e devem ser atendidas".
O atual governo herda de Fernando Henrique Cardoso uma medida provisória editada em maio de 2000 que impede a vistoria de áreas invadidas e decreta a impossibilidade de sua desapropriação por dois anos após a invasão. A MP teve o efeito de reduzir o número de invasões de 390 em 2000 para 194 em 2001.
Em sua posse, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse que não é tarefa de um governo democrático "sufocar a capacidade de mobilização dos movimentos sociais", sinalizando que a medida não será reeditada.


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