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Aliados do MST chefiam instituto
DA REDAÇÃO
Os principais cargos do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) nos Estados foram destinados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva a representantes de movimentos sociais historicamente
empenhados nas ações do MST
ou favoráveis a elas.
Além de membros do próprio
movimento, integrantes da CUT,
da ala esquerda do PT e da corrente progressista da Igreja Católica foram nomeados para 20 superintendências do instituto -as
executoras da reforma agrária nos
Estados-, conforme revelou a
Folha no último dia 19.
Apesar da nova composição do
Incra, o MST afirma que continuará com suas "ações de luta".
João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento,
disse anteontem que as invasões
de terra serão intensificadas até
abril. "Nosso enfrentamento não
é com o governo Lula, mas sim
com o latifúndio", disse ele.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, Guilherme Cassel, pediu
"tempo" para atender às demandas dos movimentos sociais no
campo, reconhecendo que elas
"são verdadeiras, históricas e devem ser atendidas".
O atual governo herda de Fernando Henrique Cardoso uma
medida provisória editada em
maio de 2000 que impede a vistoria de áreas invadidas e decreta a
impossibilidade de sua desapropriação por dois anos após a invasão. A MP teve o efeito de reduzir
o número de invasões de 390 em
2000 para 194 em 2001.
Em sua posse, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel
Rossetto, disse que não é tarefa de
um governo democrático "sufocar a capacidade de mobilização
dos movimentos sociais", sinalizando que a medida não será reeditada.
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