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OPERAÇÃO ABAFA
Ex-assessor de FHC diz que buscará "absolvição absoluta" de acusações do Senado e de procuradores
EJ afirma que vai exigir reparações
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira afirmou ontem
que exigirá "reparação política e
jurídica" pelas acusações de envolvimento em irregularidades
no governo, inclusive no desvio
de recursos destinados à obra do
Fórum Trabalhista de São Paulo.
"Não me conformo com nada
menos que a absolvição absoluta", disse o ex-assessor do presidente Fernando Henrique Cardoso. "O assunto não morrerá enquanto eu não tiver a reparação
que eu preciso ter", insistiu.
A reparação política, segundo
EJ, deverá ser dada pelo Senado,
ao final das investigações que estão sendo retomadas pela Comissão de Fiscalização e Controle.
Para obter a reparação jurídica,
o ex-assessor de FHC promete
processar procuradores do Distrito Federal e de São Paulo responsáveis por processos contra ele.
O ex-secretário-geral disse que
encaminhará ao Executivo toda a
documentação de que dispõe sobre as investigações do Ministério
Público e todos os dados bancários, fiscais e telefônicos necessários para provar sua inocência.
Mas disse que ainda não decidiu
se o fará à recém-criada Corregedoria Geral da União.
Eduardo Jorge foi ao gabinete
do senador Ney Suassuna
(PMDB-PB), presidente da CFC e
relator do chamado "caso EJ"
-apuração de denúncias contra
ele, entre elas as de exploração de
prestígio e tráfico de influência.
Ele se dispôs a prestar novo depoimento ao Senado.
O ex-secretário-geral prestou
depoimento no Senado em agosto de 2000, à subcomissão da CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça). Na ocasião, negou envolvimento em irregularidades.
O senador Suassuna orientou EJ
ontem a encaminhar ao Senado
cópia do rastreamento feito pelo
Banco Central do dinheiro desviado do TRT (Tribunal Regional
do Trabalho) paulista que não teria encontrado sinais de que ele
fora um dos beneficiados.
Suassuna solicitou ainda cópias
dos processos do Ministério Público de São Paulo e do Distrito
Federal, encaminhados a EJ recentemente. É com base nessa documentação que o ex-assessor do
Planalto pretende processar os
procuradores por danos morais.
Ele disse que não há nenhuma
acusação contra ele.
"A absolvição absoluta que quero significa o reconhecimento de
que os procuradores mentiram ao
Senado e à opinião pública e de
que não cometi a menor irregularidade, comportamento antiético
ou ato imoral", afirmou.
Entre todas as acusações contra
ele, Eduardo Jorge disse considerar a de envolvimento com o desvio de recursos do TRT "a mais
infamante, a que dói mais".
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