São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2004

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Sarney nomeou ministro para o tribunal em 87

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Natural de Caxias (MA), Edson Vidigal, 59, foi deputado federal de 1979 a 1983 e jornalista. Ele é amigo do ex-presidente José Sarney, que, em 1987, o nomeou ministro do extinto Tribunal Federal de Recursos, hoje STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Segundo a Folha apurou, o novo presidente do STJ enviou 7.000 convites para sua cerimônia de posse. Parentes dele chegaram no início da tarde em Brasília e usaram ônibus fretado para ir ao tribunal. Ao final da cerimônia, foi servido coquetel pago pelo próprio ministro, segundo a assessoria de imprensa. A segurança estimou que havia cerca de 3.000 pessoas na posse, distribuídas por salas com telões.
Em seu discurso, Vidigal comentou a possibilidade de seus parentes sofrerem assédio dos "demônios da corrupção, do tráfico de influências, do fascismo", recomendando-lhes que resistam a essas tentações.
Em razão de reportagem publicada pela Folha no dia 23 de fevereiro -"PF investiga elo entre quadrilha e juiz do STJ"- Vidigal processa judicialmente o jornalista Josias de Souza, diretor da sucursal do jornal em Brasília. O texto que considerou ofensivo tratava de uma investigação feita pela Polícia Federal em Mato Grosso.
Escutas telefônicas autorizadas judicialmente captaram diálogos em que prepostos da quadrilha de João Arcanjo Ribeiro, o comendador Arcanjo, mencionavam o nome do advogado Erick Vidigal e faziam referências indiretas a seu pai, o ministro Edson Vidigal.
Ouvido à época, Edson Vidigal disse que seu filho "exerce legalmente a profissão" de advogado. Afirmou também que havia indeferido pedido de habeas corpus que favoreceria Luiz Alberto Dondo Gonçalves, contador da quadrilha mato-grossense do comendador Arcanjo.


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