São Paulo, segunda, 6 de abril de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Laudo não constatou lesão'

da Sucursal do Rio

O deputado Ivan Valente (PT-SP) até hoje tem problemas no joelho direito em razão de torturas que sofreu em 1977 no DOI-Codi do Rio.
Ele foi preso num grupo de 17 militantes do MEP (Movimento de Emancipação do Proletariado), organização clandestina e não-armada.
Valente afirma que estava muito machucado quando foi examinado no DPPS (Departamento de Polícia Política e Social), o que, supostamente, seria uma irregularidade: o correto seria que o exame ocorresse no Instituto Médico Legal.
O legista, afirma o deputado, ignorou as marcas de pancadas no peito, os sinais de choques elétricos, um derrame no joelho e as dificuldades respiratórias. "O laudo sobre minhas condições não constatou lesão alguma", diz ele.
Todos os presos do hoje chamado "processo do MEP" foram torturados, segundo Valente, tendo passado pelas "geladeiras", cubículos refrigerados onde ficavam nus e encapuzados.
Dezessete legistas são acusados de terem ignorado sinais de tortura em 21 presos políticos que morreram em supostos confrontos com a polícia ou em presumidas fugas.
Outros três legistas são acusados de ignorar as torturas dos presos políticos detidos sob a acusação de pertencer aos quadros do MEP.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.