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Ex-funcionário nega participação
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Gassen Mahfouz, 32, já foi dono
de uma construtora, fazendo serviços de terraplenagem que envolviam alguns milhões de reais e
também dono de uma empresa
de confecções. Embora tivesse sido dono dessas empresas, nunca
viu a cor do dinheiro, a não ser o
salário que recebia na empresa de
Osmar Borges, a Pyramid.
Na realidade, ele nunca teve nada disso. A única coisa da qual é
dono é de um mercadinho de um
cômodo de aproximadamente 20
metros quadrados no bairro Jardim Novo Horizonte, na periferia
de Cuiabá, o "Mercadinho São
Paulo", com o qual sustenta a sua
família. Antes, trabalhou como
costureiro na própria casa.
"Laranja"
Mahfouz é considerado pela Polícia Federal um dos "laranjas" de
Borges. Está indiciado e pode pegar até 18 anos de prisão. Os crimes: formação de quadrilha, falsidade ideológica e co-autoria no
desvio de dinheiro público.
Mahfouz não quer mais falar sobre o caso. "Já estou indiciado,
não quero me complicar mais",
disse. Outros contatos se seguiram, mas ele não falou.
O ex-funcionário de Borges disse apenas que está tentando conseguir um advogado. "Está difícil.
Não tenho dinheiro para pagar.
Estou fazendo contato com um,
vamos ver se dá", afirmou.
Ele prestou depoimentos à Polícia Federal e à Procuradoria da
República sem estar acompanhado de um advogado. O procurador José Pedro Taques disse que
Mahfouz é "um pobre coitado
que foi usado por Borges".
A Construtora Metropolitana,
da qual ele aparecia como sócio,
era uma fonte de fornecimento de
notas fiscais frias ou superfaturadas para as empresas de Borges,
utilizadas para justificar na Sudam gastos com os recursos públicos financiados, segundo acusa
o Ministério Público Federal.
Costureiro
Na SG Confecções, ele também
era o sócio legal, mas não participava de nada da administração-
apenas costurava e coordenava os
demais costureiros. A promotora
Ana Cristina Bardusco Silva disse
que a empresa visava burlar o fisco estadual e que Mahfouz, como
outros "laranjas", foram usados.
Nenhum deles foi denunciado.
Em depoimento na Delegacia
de Polícia Fazendária, no dia 26
de fevereiro de 1996, Mahfouz
confirmou que foi sócio "só no
papel" da SG e que nunca lucrou
nada com isso.
(PP)
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